Aos 62 anos, Demi Moore está a viver um momento brilhante da sua vida e respetiva carreira. Na noite deste domingo, 5 de janeiro, a atriz recebeu o primeiro Globo de Ouro, algo que se assumiu como um marco. Isto porque, com mais de 40 anos no ramo da representação, foi a primeira vez que a artista foi galardoada com um prémio pelos filmes que fez.
"Não estava mesmo à espera disto. Estou em choque neste momento", disse Demi Moore, quando subiu ao palco da 82.ª dos Globos de Ouro. "Já faço isto há muito tempo, há mais de 45 anos, é a primeira vez que ganho alguma coisa enquanto atriz e estou tão honrada e tão grata", continuou, acrescentando que sempre foi considerada uma "atriz de filmes de pipoca" – ou de pouca qualidade, diga-se.
Veja o discurso
"Nessa época, eu senti que isto [o Globo de Ouro] era algo que eu não merecia e acreditei nisso. Isso corroeu-me ao longo do tempo até ao ponto de pensar, há alguns anos, que talvez fosse o fim. Que talvez eu estivesse realizada, talvez tivesse feito o que era suposto fazer", continuou Demi Moore. No entanto, tudo mudou quando recebeu o guião de "A Substância".
"Depois, chegou-me às mãos um guião mágico, arrojado, corajoso, fora do comum e absolutamente louco, chamado 'A Substância', e o universo disse-me que ainda não estava acabada", frisou. Foi precisamente por este filme, que estreou a 31 de outubro de 2024, que foi galardoada – mas o que é facto é que, como a própria confirmou, o seu repertório é bem mais vasto.
Demi Moore iniciou a sua carreira nos anos 80 e rapidamente se destacou em papéis icónicos que marcaram gerações. Filmes como "Ghost – O Espírito do Amor", "Striptease" e "Proposta Indecente" catapultaram-na para a ribalta e fizeram com que se tornasse uma das atrizes mais versáteis da sua geração, apesar de o reconhecimento ter demorado a bater-lhe à porta.
E além do impacto que continua a ter no cinema e na televisão, também se destaca pela sua aparência impressionante e pelo seu estilo inconfundível. Aos 62 anos, a atriz continua a parecer imune ao tempo – quase como se tivesse tomado a tal substância do filme que protagonizou, vá. Continua com uma pele luminosa, um cabelo que é de meter inveja a qualquer um e uma silhueta elegante.
Prova disso é o vestido que usou nos Globos de Ouro, precisamente. Com assinatura Armani Privè, a artista apostou as fichas todas numa criação em tons champanhe, da qual a seda e os cristais Swarovski eram protagonistas. No entanto, mesmo em relação à aparência, também já passou por altos e baixos.
Em 2021, desfilou para a Fendi e a polémica explodiu, visto que estava completamente irreconhecível. A artista apareceu com bochechas visivelmente mais cheias e lábios bem diferentes do habitual, talvez fruto da pressão (e obsessão) da indústria cinematográfica com a juventude – mas, quase quatro anos depois, já regressou à aparência que todos reconhecemos.
As reações foram díspares: havia quem sugerisse que a atriz tinha abusado das cirurgias plásticas – e que terá feito uma cirurgia estética avaliada em 250 mil libras, de acordo com o "Daily Mail", apesar de esta nunca ter confirmado ou desmentido se foi, efetivamente, à faca –, mas também houve quem decidisse frisar que esta tinha todo o direito de tomar decisões sobre o seu próprio corpo sem julgamentos alheios.
A única modificação efetivamente confirmada pela atriz diz respeito aos dentes. Numa entrevista dada a Jimmy Fallon, em 2017, a artista revelou que o stresse fez com que perdesse dois dentes da frente, pelo que teve de os arrancar a todos e colocar implantes. "Adoraria dizer que foi a andar de skate ou algo muito fixe. Mas acho que é algo que é importante partilhar, porque acho que é, provavelmente a seguir às doenças cardíacas, uma das maiores causas de morte na América, que é o stresse", explicou.
Seja como for, Demi Moore tornou-se um autêntico sex symbol – ainda que já tenha afirmado que, apesar de já ter feito inúmeras cenas em que a nudez é a protagonista, bem como tendo sido capa de revistas em que o mesmo se aplica, não é por isso que se trata da pessoa com mais confiança no seu corpo.
"Um dos maiores equívocos sobre mim é que eu amava meu corpo. A realidade é que, em grande parte, fui eu que chamei certos projetos que me dariam uma oportunidade para me ajudar a ultrapassar inseguranças com o meu corpo", explicou, numa entrevista à "Variety". "Foi o mesmo com as capas da 'Vanity Fair'. Não era que eu as adorasse – tratava-se de tentar libertar-me do espaço de escravatura em que me tinha colocado", rematou.