A pandemia da COVID-19 fez com que vários espaços fechassem portas e o Badoca Safari Park, em Santiago do Cacém, foi um deles. O problema é que sem visitas, o parque não tem rendimentos para financiar a sua atividade, que depende da bilheteira e de alguns apoios e protocolos de preservação animal. Depois de uma entrevista feita pelo jornal "Correio da Manhã", que deu conta de que o parque poderia vir a encerrar, surgiram novos apelos nas redes socais do Badoca Safari Park.

"Atendendo ao elevado número de ofertas de ajuda, resultantes da difusão da entrevista à CMTV perguntamos: podemos contar contigo?", dizem numa publicação no Facebook. O objetivo das ajudas é "garantir a alimentação e o bem-estar dos nossos animais bem como o pagamento das remunerações dos nossos trabalhadores que deles tratam e se encontram em regime de layoff".

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Isto porque apesar de o parque ter previsto uma reabertura a 16 de março, três dias depois foi decretado o primeiro estado de emergência, acabando por não ter sido possível retomar a atividade. Foi então que a gerência decidiu colocar 22 dos 25 funcionários em lay-off, para reduzir as despesas ao mínimo possível, de acordo com o "Correio da Manhã".

Contudo, a principal preocupação são os animais, cerca de 400 que coabitam na reserva natural de 90 hectares, que fazem parte de programas internacionais de recuperação, preservação e conservação de espécies, conforme revelou Francisco Simões de Almeida, sócio-gerente do Badoca Safari Park, ao jornal "Público".

O mesmo revela que as "despesas com os animais, o custo com as manutenções, com a água, electricidade, limpeza, alimentação, conservação” continuam e são difíceis de suportar até porque de março a junho seria a época alta em que mais receitas o parque receberia.

"Temos aqui um problema muito sério porque, além dos postos de trabalho, temos a nosso cargo cerca de 400 animais que precisam de cuidados diários, alguns com dietas muito especificas, porque os animais precisam de mais do que o pasto que cresce no parque para se alimentar", explicou ao "CM" Francisco Simões de Almeida, que recebe  recebe anualmente cerca de 120 mil visitantes no Badoca Safari Park.

O responsável adianta ainda que já tentou obter ajudas do Ministério da Agricultura, entidade que tutela esta área de atividade, bem como dos ministérios das Finanças, do Turismo e da Economia: "Não recebemos qualquer resposta", indica Francisco à data de 14 de abril.

Ao jornal "Público" revelou ainda que sabe da existência de fundos que podem apoiar a situação, mas reconhece que a resposta é muito demorada. "Não posso dizer aos animais: ‘Esperem aí um bocadinho, porque estamos no meio da pandemia e vocês não vão comer durante 15 dias'”.

Para já o apoio que têm recebido é de "amigos do Badoca Safari Park" que mostraram interesse em ajudar o parque com mais de 70 espécies de animais. Os bens necessários neste momento foram especificados numa publicação de Facebook do Badoca Park feita esta sexta-feira, 17, e vão desde as sementes para os primatas até à ração para as girafas.

Para as entregas, basta informar o parque por e-mail (badoca@badoca.com) sobre o dia e hora em que pretende deixar os bens.