Passamos o dia agarrados ao telefone, sentados em escritórios a olhar para computadores, fazemos cada vez menos desporto e este estilo de vida terá um impacto grande na transformação que o corpo humano irá ter ao longo de centenas e milhares de anos. Foi assim no passado, com a coluna vertebral a endireitar-se progressivamente à medida que o homem foi evoluindo, com o cabelo a cair da maior parte do corpo e o crânio a desenvolver-se para acomodar um cérebro maior, tudo de acordo com o que se foi tornando o estilo de vida dos seres humanos.

Mas será também assim no futuro, com os novos hábitos (sedentarismo, trabalho sentado, exposição a luzes azuis de ecrãs, dependência dos telemóveis) a moldarem o corpo humano, de acordo com a previsão do simulador tecnológico Mindy, que projeta aquilo que será a evolução do nosso esqueleto ao longo de centenas e milhares de anos. As imagens foram reveladas esta quinta-feira, 3 de novembro, e são assustadoras.

Veja o vídeo:

O projeto Mindy foi desenvolvido por um grupo de investigadores que estudam o desenvolvimento do corpo humano deste os tempos da pré-história e projetam-no para um futuro próximo (300 anos) e longínquo (3000 anos). E as tendências dessa evolução não são propriamente simpáticas ou animadoras. De acordo com os dados apresentados esta quinta-feira, 2, o corpo humano tenderá a ficar com a coluna mais torta, com uma espécie de corcunda, algo relacionado com a forma como passamos horas e horas a trabalhar, sentados numa cadeira, a olhar para baixo. Também por isso, o pescoço tenderá a ficar mais curto e mais grosso. 

Mindy

"Quando se está a trabalhar num computador ou a olhar para o telefone, os músculos da parte de trás do pescoço têm de se contrair para segurar a cabeça para cima', explica o investigador K. Daniel Riew, do New York Presbyterian Orchine Spine Hospital, que participou no estudo. "Quanto mais se olha para baixo, mais os músculos têm de trabalhar para manter a cabeça direita. Estes músculos podem ficar demasiado cansados e doridos após muitas horas a olhar para baixo para os smartphones e podem ficar mais desenvolvidos por passar a maior parte do dia a trabalhar em computadores", refere o mesmo especialista.

"Este estudo é feito com base numa investigação científica e na opinião especializada de cientistas, que trabalharam com um designer 3D para criar um futuro ser humano cujo corpo muda fisicamente devido à utilização consistente de smartphones, computadores portáteis e outras tecnologias", explica a Toll Free Forwarding, empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto Mindy.

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Outra alteração significativa ocorrerá nas mãos do ser humano, que servem, hoje, muito menos para trabalhos manuais, artísticos, de força bruta, mas muito mais para executar movimentos mecânicos como teclar, agarrar em pequenos objetos (sobretudo telemóveis) e escrever em smartphones. Isto levará, de acordo com a projeção do projeto Mindy, a que os seres humanos desenvolvam um dedo polegar muito maior, mais ágil, quase como se fosse uma garra. "A forma como seguramos os telefones pode causar tensão em certos pontos de contacto originando o que chamamos de garra das mensagens escritas, que é conhecida como síndrome do túnel cubital", explicou o cientista Nikola Djordjevic, da Med Alert Help, que participou na elaboração do projeto.

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Também a articulação do cotovelo se pode tornar mais rígida, fazendo com que a sua posição natural não seja a de um braço caído ao longo do corpo, mas sim o de uma posição de 90 graus, algo a que os especialistas chamam de "cotovelo de smartphone". "Manter o cotovelo dobrado durante muito tempo — na maioria das vezes, enquanto se segura o telefone — pode esticar o nervo atrás do cotovelo e exercer pressão sobre ele", explica ainda Djordjevic.

A tendência é a de que, de futuro, o nosso cérebro se torne também mais pequeno e que os seres humanos fiquem com um olhar mais baço, já que poderão desenvolver uma espécie de membrana, fina, por cima do olho, por forma a proteger o ser humano do excesso de exposição solar, que se adivinha que possa acontecer em consequência da destruição das camadas protetoras de ozono. Esta membrana servirá também como proteção contra as luzes azuis dos ecrãs, que entram diretamente pelos olhos adentro de milhares de milhões de pessoas durante horas e horas por dia.

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