O Almada Forum tem estado praticamente deserto nos últimos três dias, mas a administração do shopping da margem sul continua a não o encerrar. Nesta tarde de domingo, 15 de março, dezenas de lojistas, foram para a porta das lojas aplaudir os clientes que passavam nos corredores, como forma de protesto contra a decisão da administração de manter o centro comercial aberto.
Foi um movimento que começou de forma absolutamente espontânea ao início da tarde desde domingo. Só que a coisa pegou. E mais e mais lojistas foram-se juntando, criando uma massa de gente que se fez ouvir por todo o shopping de Almada.
Num vídeo que chegou à MAGG, podem ver-se, e sobretudo ouvir-se, muitos funcionários das lojas a aplaudir e assobiar alguns clientes que passam no corredor.
“Nos últimos três dias, este tem sido um autêntico centro comercial fantasma”, revelou à MAGG um dos funcionários que aderiram ao protesto, e que preferiu manter o anonimato. Para este lojista, é inaceitável a decisão de se manter o shopping aberto quando o País está em estado de alerta e com uma pandemia generalizada. “É expectável que a revolta das pessoas venha ao de cima. Pelo terceiro dia a situação tem vindo a agravar-se. Fazer quarentena a trabalhar é uma situação totalmente injusta para todos”, explicou o mesmo funcionário à MAGG.
Ao final da tarde, perto das 18 horas deste domingo, 15 de março, os protestos continuavam, cada vez mais estridentes. “O Almada fórum é provavelmente o segundo ou terceiro maior epicentro de aglomeração de pessoas” na região de Lisboa, disse o mesmo funcionário. “Trabalhar num espaço que diariamente recebe as milhares de pessoas que se deslocam a este shopping, que é o maior na Margem Sul, torna super perigosa e de super fácil contágio a todos os profissionais que aqui exercem atividades profissionais no mesmo local”, queixou-se.
Para já, o shopping continua a manter os horários normais e no seu site e redes sociais não tem qualquer menção a políticas excecionais relativas ao coronavírus.
Em muitos outros shoppings do País terá acontecido o mesmo tipo de protesto, de acordo com vários relatos que têm chegado à MAGG.