A maioria dos ataques a património e pessoal levados a cabo pela Climáximo, grupo anti-capitalista que diz agir em nome do combate às alterações climáticas, não tem tido consequências por aí além para os seus membros. Desde que começaram a cortar estradas, a destruir montras e a atirar tinta a políticos, o Ministério Público de Lisboa já instaurou 32 processos-crime contra os autores dos atos de vandalismo. Mas as consequências são quase nulas. A acusação relata crimes de desobediência, atentado à segurança de transporte rodoviário, resistência, coação ou dano qualificado mas o máximo que saiu daqui, em penas, foi uma condenação a 1 ano de prisão que foi transformada numa multa de 140 dias (cada dia de multa é convertido numa verba em dinheiro — o normal nestes casos é ser aplicada uma multa de 5€ por dia, ou seja, um valor a rondar os 700€).

Mais um dia, mais um protesto. Ativistas do Climáximo partem montra da Gucci na Avenida da Liberdade
Mais um dia, mais um protesto. Ativistas do Climáximo partem montra da Gucci na Avenida da Liberdade
Ver artigo

A informação foi veiculada pelo próprio Ministério Público de Lisboa, que garante que deste 32 processos apenas quatro foram julgados sumariamente no Juízo de Pequena Criminalidade de Lisboa. Em três deles, os arguidos da Climáximo foram condenados a 1 ano de prisão, sendo a pena substituída por multas, que variaram entre os 120 e os 140 dias (600 a 700 euros). No outro julgamento sumário, os arguidos foram apenas admoestados pelo juiz, mas o Ministério Público recorreu da decisão. Ainda no mês de março haverá um quinto julgamento sumário, que deverá ter um desfecho semelhante.

Estão ainda a correr 27 inquéritos relacionados com ataques da Climáximo, mas "19 ainda estão em investigação", refere o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, de acordo com o "Observador", que cita a Agência Lusa.

Os dois últimos casos de ataques de vandalismo da Climáximo ocorreram a 28 de fevereiro, quando o líder do PSD, Luís Montenegro, foi agredido com tinta na Bolsa de Turismo de Lisboa, e a 4 de março, com a destruição com tinta dos leitores de cartões de embarque da TAP no aeroporto de Lisboa.