Encerra-se esta quinta-feira, 13 de julho, o penúltimo capítulo do julgamento da morte da pequena Jéssica, de 3 anos, assassinada em junho de 2022 em Setúbal. Pelas 13h30, ouvem-se as alegações finais por parte da defesa dos cinco arguidos e também do Ministério Público, que deverá reforçar a tese que apresentou em tribunal, apontando responsabilidades diretas pela morte da criança a todos os acusados.
De acordo com o sentido dos depoimentos da maioria das testemunhas ouvidas em tribunal, é altamente provável que o Ministério Público peça pena máxima de 25 anos de prisão para pelo menos dois arguidos, Ana Pinto (Tita) e Justo Montes. Os donos da casa onde Jéssica foi deixada terão, de acordo com as provas recolhidas, sido os responsáveis pelas agressões que levaram à morte da criança e não deverão escapar ao pedido de 25 anos de cadeia.
Ainda de acordo com a tese apresentada em Tribunal, Tita e Justo terão ficado com a criança como garantia do pagamento de uma dívida de droga, e terão espancado Jéssica causando-lhe traumatismos vários na cabeça, entregando-a, depois, num estado moribundo, à mãe, Inês Sanches. A filha do casal Tita e Justo, Esmeralda, é também arguida e os três estão acusados dos crimes de homicídio qualificado consumado, rapto, rapto agravado e coação agravada. O outro filho do casal, Eduardo Montes, é acusado de um crime de violação agravado e de um crime de tráfico de estupefacientes agravado.
A mãe, que terá sido conivente em toda a situação de deixar a criança com Tita e Justo, apercebeu-se do estado da filha apenas cinco horas depois de a ter levado, e quando chamou a emergência médica já era tarde demais. Inês Sanches está acusada de homicídio qualificado por omissão bem como de ofensas à integridade física qualificada. Por isso, é provável que enfrente um pedido de pena inferior, mas que não deverá ficar longe de algo entre os 15 e os 18 anos de prisão.
A sessão está marcada para as 13h30 no Tribunal de Setúbal.