Pode parecer meio insólito, mas é verdade. A Câmara Municipal de Guimarães travou a limpeza da histórica muralha da cidade nos meses entre maio e julho devido ao facto de neste período as andorinhas costumarem fazer ninhos naquela zona envolvente do castelo. A autarquia local identificou vários ninhos de andorinhões-pretos, que costumam chegar à cidade com a primavera para nidificar, e por ali ficam até quase ao final do verão, altura em que as crias já nasceram e sairam do ninho.
Devido a este facto, a câmara optou por "minimizar a perturbação dos ecossistemas" naturais e irá adiar a limpeza da muralha até que todos os andorinhões-pretos saiam dos ninhos e migrem. Fonte da câmara, citada pelo jornal "O Minho", revelou que a autarquia “só autoriza qualquer tipo de intervenções dessa natureza após esse período”. Até lá, a recomendação é que sejam evitadas perturbações por atividades humanas na muralha.
Está em marcha na cidade o Plano de Ação da Biodiversidade de Guimarães 2030, que procura afirmar-se como o principal “instrumento para a alteração comportamental, consciencialização e conhecimento de todos cidadãos, com o objetivo de ser atingido um equilíbrio ambiental compatível com as ambições de Guimarães enquanto território ambientalmente sustentável, e em linha com as políticas públicas ambientais”, revelou a câmara.