Foi através da ficção que Maria Malveiro, de 19 anos, viu aquilo que viria a reproduzir na noite em que ela e a namorada Mariana fizeram a Diogo Gonçalves, de 21, o jovem que foi assassinado em março em Albufeira. No interrogatório feito pelo juiz de instrução, Maria revelou todos os pormenores do crime, avança o jornal "Correio da Manhã".

Terá metido o corpo na mala do carro da vítima e levado o cadáver até casa, onde o terá desmembrado. Relata ainda que começou pela cabeça, seguiram-se as mãos e os pés e terá pensado tirar-lhe os dentes para evitar que fosse identificado, mas não conseguiu. Todos os passos foram inspirados na série policial "Dexter" — que conta a forma como um assassino em série se desfaz dos corpos das vítimas — de acordo com as confissões que já haviam feito à PJ e ao juiz do Tribunal de Portimão em abril.

A descrição feita no interrogatório ao juiz de instrução terá até chocado o magistrado, que chegou mesmo a dizer que “nunca ouviu nada assim”, de acordo com o "CM".

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O episódio descrito por Maria aconteceu depois de um mata-leão, um golpe de estrangulamento, e após o mesmo Diogo ainda foi ressuscitado por Mariana Fonseca — enfermeira de 23 anos, namorada de Maria e coautora do crime. Só depois Diogo terá sido sufocado até à morte. Depois de matarem o jovem, as duas raparigas terão deixado a cabeça de Diogo Gonçalves no Pego do Inferno, em Tavira, e as restantes partes do corpo acabaram por ser encontradas numa arriba junto à Fortaleza de Beliche, em Sagres.

Até à detenção, a 2 de abril, Maria e Mariana conseguiram fazer transferências, levantamentos e pagamentos, ficando com cerca de 75 mil euros. São agora suspeitas de homicídio qualificado e profanação de cadáver e arriscam a pena máxima — 25 anos de cadeia. A acusação do Ministério Público contra as duas jovens terá de ser deduzida até outubro, sob pena de se esgotarem os prazos da prisão preventiva.