A ligação ferroviária noturna entre Madrid e Lisboa que ligava as duas capitais por dez horas de distância não será retomada tão cedo. Foi a própria Renfe, a empresa que explora a rede ferroviária espanhola, que anunciou a medida esta quinta-feira, 28 de maio, depois de a ligação ter parado devido à pandemia de COVID-19. Esta é uma situação inédita desde o século XXI, avança o jornal espanhol “ABC”.

A ligação entre as duas capitais é um esforço da Renfe, empresa espanhola, e da Comboios de Portugal (CP). Ainda assim é a empresa espanhola que assume a liderança. Foi precisamente a Renfe que anunciou que a ligação não será retomada tão cedo e que pode mesmo nunca vir a ser retomada.

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Isto acontece devido à lenta evolução do mercado espanhol, avança o “Observador” que cita a Agência Lusa. Depois de a ligação ter sido suspensa a 17 de março, a empresa espanhola explica que já não é rentável fazer o percurso. Ainda, assim “a Renfe vai recuperar a sua oferta de comboios dando prioridade aos serviços que lhes possam dar taxas de ocupação mais elevadas”. Já a CP explica que estão a decorrer “conversações bilaterais entre os governos de ambos os países, nomeadamente sobre os termos e condições de reabertura das fronteiras e ligações internacionais”.

Quem não concorda com esta decisão é a associação ambientalista Zero que já manifestou as suas preocupações caso a ligação não seja retomada. A associação apela a que os dois governos “cooperem por forma a não deixaram terminar o serviço e perspetivem uma ligação rápida e adequada num futuro próximo”, avança o “Observador”, que cita a Agência Lusa.

“É fundamental manter a ferrovia como uma alternativa para Madrid, isto tendo em conta a procura e a necessidade de reduzir os slots ocupados por um dos principais destinos a partir do aeroporto de Lisboa e de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa associadas ao transporte aéreo”, continua.