Chama-se Joana Mascarenhas e até esta sexta-feira, 14 de junho, era uma perfeita anónima. Tudo mudou quando resolveu partilhar um vídeo nas suas stories do Instagram em que falava de alguns corretivos que deu à filha Julieta, de apenas 3 anos, para acabar com as birras. Um deles passava por mergulhar a criança na água fria da piscina e outro enfiá-la numa banheira com água gelada até ela se esquecer da birra que estava a fazer.

Numa das situações, Joana Mascarenhas explica como pôs fim a uma birra que a criança estava a fazer na piscina. "Eu não disse nada, eu nem ameacei. Eu peguei nela e submergi-a na piscina até aqui (coloca a mão no pescoço). Bem, aquilo desconcentrou-a. O cérebro foi para outra coisa, que foi: agora estou com frio". Noutro caso, conta como parou outra birra da filha, que insistia que queria que a mãe fosse dormir para a sua cama. "Eram para aí cinco da manhã e ela estava a chorar outra vez, aos gritos. Imaginem, num prédio em que vai-se ouvir. E eu, ai é? Peguei nela, no pijama e fui para dentro da banheira. Molhei-a toda com água fria. Foi um super remédio santo".

Veja o vídeo completo:

Não demorou muito até que os vídeo se tornassem altamente virais e um dos tópicos mais comentados no Twitter em Portugal, com milhares de pessoas a atirarem-se a Joana Mascarenhas, que chegou mesmo a aumentar em 3 mil o número de seguidores na sua conta de Instagram @joanamascarenhas88, que passou de 7 para 10 mil seguidores.

Só que as centenas de comentários arrasadores que recebeu no seu último post levaram a que Joana tivesse eliminado a conta pouco tempo depois. E fez mais: removeu todas as contas das suas redes sociais e apenas criou uma nova no Facebook, com o nome Mas Joana, ainda sem qualquer atividade, apenas uma foto de um avatar. A autora dos vídeos está em parte incerta, e poderá mesmo ter de enfrentar a Justiça, já que são muitos os utilizadores do Twitter que garantem já ter feito queixa da mulher à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) , à Polícia de Segurança Pública e à Segurança Social.

"Uma atitude como esta configura um mau trato. As autoridades não têm como ignorar. O ato de submergir uma criança não gera numa criança uma reação de medo, mas sim de terror. No limite, aproxima-se daquilo que nós chamamos de uma situação de quase morte". As críticas são do psicólogo clínico Eduardo Sá, especialista em educação, que, citado pela TVI, explicou ainda que "não é razoável imaginarmos que se protege expondo a criança ao perigo e a situações que são vividas pela criança como situações de quase morte". Para o especialista em educação, com vários livros publicados sobre o tema, "não faz sentido" um adulto "medir forças com crianças muito pequeninas". "Nós somos mais fortes, temos obrigação de ser mais clarividentes, mais sábios, mais sensatos".

Sobre os corretivos que esta mãe resolveu aplicar, Eduardo Sá diz que "ter muito medo da mãe é tudo aquilo que não se espera quando se quer resolver uma birra".