Esta terça-feira, 3 de maio, assinalaram-se 15 anos desde o desaparecimento de Madeleine McCann, e as teorias continuam a dividir-se. Apesar de Mark Williams-Thomas, antigo polícia britânico, que coordenou um novo documentário sobre o caso, defender que Christian Brückner é "um bode expiatório"; em declarações à CMTV, Hans Christian Wolters alega o contrário. O procurador diz que há novas provas que incriminam o alemão.
"Temos a certeza de que ele matou Madeleine McCann", afirmou Wolters na entrevista emitida pela CMTV, esta terça-feira, 3 de maio. "Temos a certeza de que ele é o assassino de Madeleine McCann", rematou.
Hans Christian Wolters admitiu ainda que, apesar de a investigação continuar "em curso", há agora novos indícios que provam que o alemão raptou e matou a menina de, à data, 3 anos.
"Encontrámos alguns factos novos, algumas provas novas, não provas forenses, mas provas". O procurador não adiantou pormenores nem especificou o teor das mesmas, mas o jornal "The Sun" avança que há rumores de que se tratam de fibras da roupa da menina. Mais especificamente, do pijama cor-de-rosa da Winnie the Pooh que Maddie teria vestido a 3 de maio de 2007, no dia do seu desaparecimento.
De acordo com a publicação, suspeita-se que estas fibras tenham sido encontradas na carrinha que Christian Brückner conduzia, à data, em Portugal.
Na CMTV, Sandra Felgueiras abordou os rumores que se têm vindo a instalar. "É verdade que encontrou algo que pertencia a Madeleine na caravana de Christian Brückner?", perguntou. "Não posso comentar detalhes da investigação", respondeu Wolters.
E o diálogo continuou, ainda que sem culminar na revelação de dados concretos. "Mas não pode negá-lo, pois não?", insistiu a jornalista. "Não quero negá-lo", respondeu o procurador, que, de acordo com o "The Sun", mais tarde esclareceu que o suspeito "ainda não tinha sido informado".
Importa referir que Hans Christian Wolters é um procurador alemão. De acordo com a lei alemã, os detalhes de uma investigação policial não podem ser tornados público até que o suspeito e a sua equipa legal sejam informados.
Christian Brückner nega envolvimento no caso e diz ter álibi
O alemão é o principal suspeito do rapto de Madeleine McCann. No entanto, de acordo com a Sky News, Christian B. (como passou a ser chamado) garante que, na noite de 3 de maio de 2007, se encontrava a ter relações sexuais na caravana com uma mulher alemã, perto de Faro.
Segundo conta, no dia seguinte, enquanto conduzia até ao aeroporto para deixar a mulher mais nova com que se havia envolvido sexualmente, terá sido parado por um bloqueio policial e fotografado no local. Christian B. alega que as autoridades portuguesas terão registos que sustentam a sua história e confirmam a sua inocência.
De acordo com a CNN Portugal, o suspeito garante que a mulher alemã irá apoiar o seu álibi e, consequentemente, contradizer a principal prova que o declarou como suspeito do caso. Isto porque, de acordo com as autoridades, o telemóvel do alemão teria sido encontrado na praia da Luz, entre as 19h32 e as 20h02 do dia 3 de maio de 2007. Período em que Christian B. garante ter estado em Faro.
Neste sentido, Mark Williams-Thomas, antigo polícia britânico, que coordenou o novo documentário sobre o caso, "Madeleine McCann: Caça ao suspeito principal" (que começou a ser transmitido em Portugal esta terça-feira, 3, no canal AMC Crime), não só confirma a teoria de que o alemão teria uma namorada com quem passava todas as noites, como o descreve como "um bode expiatório".
"Tenho o maior desejo que o autor do crime seja apanhado, mas isso não pode ser conseguido com a escolha de um bode expiatório ao qual se colam as alegações", escreveu num artigo publicado pelo "Daily Mail".
"Pior seria condenar o homem errado, deixando em liberdade o verdadeiro assassino", rematou, alegando que "nenhuma das provas" contra o alemão têm "sustentabilidade".
O polícia inglês diz ter falado com a jovem que alegadamente passava as noites com Christian B. e garante que esta confirmou o relacionamento. No entanto, de acordo com o jornal "Expresso", as autoridades alemãs desvalorizam este novo alegado álibi, sendo que, segundo dizem, o suspeito só recentemente falou desta suposta ligação.
Christian Brückner terá sido relacionado com o desaparecimento de outras crianças
Para além de, atualmente, ser o principal suspeito do rapto de Maddie, o nome do alemão está relacionado com outros crimes, alguns deles com crianças envolvidas. Como é o caso do desaparecimento de um menino de 6 anos em Portugal, em 1996, e de uma menina de 5 anos, na Alemanha, em 2015.
Terá sido também associado ao homicídio de Carola Titze, de 16 anos, desaparecida durante umas férias em De Haan, a 5 de julho de 1996. O corpo foi severamente mutilado e descoberto entre as dunas de areia, a 11 de julho.
À data de publicação deste artigo, o suspeito alemão está a cumprir uma pena de sete anos de prisão na Alemanha, pela violação de uma mulher norte-americana, de 72 anos, em 2005, também em Portugal. Mais precisamente na Praia da Luz.
Acredita-se que o suspeito tenha um total de 17 condenações, que passam por pedofilia, crimes sexuais e roubo, já que o diretor da Agência Federal Alemã (BKA), Christian Hoppe, alega que o suspeito é conhecido por assaltar hotéis e apartamentos de férias.