As suspeitas de que o pedófilo Christian Brückner raptou e matou Madeleine McCann já datam de 2020, mas as autoridades alemãs garantem que receberam novas provas suficientemente fortes para incriminar o alemão, atualmente preso por crimes de droga, e já com várias acusações por abusos sexuais de menores e adultos.
Apesar das suspeitas, Christian Brückner nunca foi acusado de qualquer envolvimento no desaparecimento da criança britânica. No entanto, uma investigação divulgada este domingo, 23 de janeiro, pelo "The Sun", revelou que a equipa por detrás de um novo documentário sobre Madeleine McCann entregou novas provas aos detetives, que garantem estar finalmente perto de resolver o caso, quase 15 anos depois.
A equipa, composta por ex-investigadores e jornalistas, alega ter provas de que o alemão estava perto da Praia da Luz, na noite em que Madeleine desapareceu do apartamento de férias da família, no Algarve, em 2007, enquanto os pais jantavam com amigos no restaurante do resort, o Ocean Club.
A polícia alemã diz ter "provas concretas" de que Maddie está morta e revela que vai enviar uma carta aos pais, avança a mesma publicação. Os novos indícios levam as autoridades a acreditar que Christian Brückner entrou no apartamento dos pais da vítima com a única intenção de o assaltar, mas acabou por "passar para um motivo sexual", lê-se.
A editora-chefe Juliane Ebling diz ter reunido "material chocante" na Alemanha, em Portugal e Inglaterra, suficientemente forte para incriminar Christian Brückner.
Christian Brückner conseguiu esconder o seu passado de pedofilia da polícia portuguesa
Apesar de Christian Brückner só se ter tornado o principal suspeito no rapto e presumível homicídio de Madeleine McCann em 2020, o alemão de 45 anos terá conseguido escapar por duas vezes às autoridades portuguesas, evitando ser identificado como pedófilo, em 2006 e 2017.
Quando foi condenado por roubo de combustível, em 2006, em Portugal, o alemão omitiu o registo criminal por abuso de menores no Tribunal de Portimão, referindo apenas ter sido acusado de crimes sexuais. Dado que não existia obrigação legal que o obrigasse a revelar detalhes dos crimes, caso não fosse questionado sobre os mesmos, Christian Brückner não revelou ao juiz que a vítima era menor.
Um ano depois, em 2007, Maddie desapareceu da Praia da Luz, numa altura em que o alemão estaria na região a viver numa carrinha. O suspeito terá recebido uma chamada telefónica pouco antes de o crime suceder, no entanto, e devido a não estar registado como pedófilo, não atraiu a atenção da polícia portuguesa.
Já em 2017, depois de exibir os seus órgãos sexuais a duas crianças num parque infantil, em Portugal, as autoridades foram chamadas ao local, mas o suspeito não se identificou, estando em claro estado de embriaguez, escreveu, à data, o "Jornal de Notícias", sendo deportado para a Alemanha sem qualquer acusação referente a este crime.
Christian Brückner foi ainda relacionado com o desaparecimentos de várias crianças nos últimos 25 anos, incluindo o de um menino de 6 anos em Portugal, em 1996, e de uma menina de 5 anos, na Alemanha, em 2015.
As autoridades belgas também já o associaram ao homicídio de Carola Titze, de 16 anos, desaparecida durante umas férias em De Haan, a 5 de julho de 1996. O corpo foi severamente mutilado e descoberto entre as dunas de areia, a 11 de julho.
Brückner foi, ainda, condenado por violar uma mulher norte-americana de 72 anos, em Portugal, em 2005, mas acredita-se que recorreu em tribunal. Atualmente, está numa prisão alemã a cumprir uma pena por crimes de droga.
Acredita-se que o suspeito tenha um total de 17 condenações, que passam por pedofilia, crimes sexuais e roubo, já que o diretor da Agência Federal Alemã (BKA), Christian Hoppe, alega que o suspeito é conhecido por assaltar hotéis e apartamentos de férias.