
Depois de o fumo branco ter saído pela chaminé do Vaticano, foi por volta das 18 horas de quinta-feira, 8 de maio, que o mundo soube quem seria o próximo Papa. Robert Prevost, que escolheu o nome Leão XIV, é o novo Chefe da Igreja Católica depois da morte do Papa Francisco a 21 de abril, e o público presente no Vaticano (e não só) vibrou com as suas primeiras palavras. No entanto, menos de 24 horas depois da sua eleição, parece que o seu passado começou a atormentá-lo.
Isto porque o recém-eleito Papa está a enfrentar acusações de “ter fechado os olhos” quando foi confrontado com algumas alegações de abuso sexual infantil contra padres nas suas igrejas em Chicago, EUA, e no Peru, segundo o “Daily Mail”. Ao que tudo indica, o Sumo Pontífice tinha sido acusado por um grupo de sobreviventes de não ter feito nada quando soube destas alegações de abusos, ignorando as suas preocupações. Leão XIV foi ainda criticado por não ter aberto investigações formais.
Acontece que o padre agostiniano James Ray foi autorizado a viver no Mosteiro de St. John Stone em Hyde Park, na altura em que o novo Papa estava encarregue de igrejas em Chicago, mesmo depois de ter sido afastado devido a acusações de abuso de menores. Isto é relevante pois o Mosteiro situa-se a poucos metros de uma escola primária, e Leão XIV, na altura, era obrigado a notificar o estabelecimento desta ocorrência, uma vez que James Ray devia estar sob vigilância rigorosa.
Alegadamente, o Sumo Pontífice não avisou a escola do que se estava a passar, deixando assim um abusador viver ao lado de uma escola primária. A juntar a isto, Robert Prevost também enfrentou duras críticas por não ter aberto uma investigação formal sobre os alegados abusos sexuais cometidos por dois padres na Diocese de Chiclayo, no Peru, que o novo Chefe da Igreja Católica liderou de 2014 a 2023.
As alegadas vítimas afirmaram então num comunicado feito em 2022, citado pelo jornal britânico, que a Diocese, sob a supervisão de Prevost, “minimizou os detalhes e a documentação das suas alegações que enviou ao Vaticano, impedindo intencionalmente que a igreja tomasse medidas contra os padres acusados”. A investigação, na altura, terá sido "arquivada por falta de provas e porque o prazo de prescrição já havia expirado".
No entanto, estas acusações não chegaram para os 133 cardeais eleitores que elegeram o novo Papa na passada quinta-feira ficassem com um pé atrás, uma vez que todos eles foram informados destas acusações. "Esta pessoa será escrutinada de todos os lados. Isto será útil para as vítimas em todo o mundo, porque temos um Papa que estará sob o olhar público em relação às coisas em que esteve envolvido no passado", afirmou Lopez de Casas, uma vítima de abuso e vice-presidente nacional da Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres, ao “Daily Mail”.