A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, deteve dois homens — de 35 e 22 anos — nas áreas de Coimbra e Almada, respetivamente, por crimes ligados a abuso sexual de crianças e pornografia de menores. As duas operações ocorreram a 12 de agosto e foram tornadas públicas nos comunicados oficiais divulgados nos dias 15 e 16, revela o "Correio da Manhã".
No caso de Coimbra, o detido de 35 anos, é um cidadão brasileiro que tinha contra si um mandado de detenção internacional emitido pelas autoridades do Brasil por factos ocorridos em 2019 (abuso sexual de crianças e pornografia de menores). Já em Portugal, encontrava-se igualmente sob investigação por crimes da mesma natureza. Antes da detenção para extradição, a PJ fez uma busca domiciliária e apreendeu equipamentos informáticos com ficheiros “compatíveis com abuso e exploração sexual de crianças”. O homem é ainda suspeito de gravar os abusos e divulgar as imagens em plataformas dedicadas. Apresentado a juiz, ficou em prisão preventiva a aguardar os trâmites de extradição.
A operação contou com cooperação internacional: a investigação partiu de sinalizações do National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC) e da Homeland Security Investigations, dos Estados Unidos, e foi articulada com a Polícia Federal brasileira, que também reportou a detenção e a apreensão de 1.886 ficheiros digitais (471 com indícios de produção própria) ligados ao caso.
Em Almada, o detido de 22 anos está fortemente indiciado por pornografia de menores, atos sexuais com adolescentes e importunação sexual, após denúncia da mãe de uma menor que estaria a ser coagida a produzir e enviar conteúdos de cariz sexual. A busca domiciliária apreendeu centenas de ficheiros com conteúdos de abuso e exploração de crianças. O juiz aplicou apresentações bissemanais, proibição de contactar a vítima, proibição de acesso a conteúdos pornográficos e de aquisição de equipamentos informáticos. A PJ admite que a investigação prossegue para apurar eventuais outras vítimas.