Um professor de Religião e Moral da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão, é acusado por 15 antigas alunas de ter abusado sexualmente delas entre 2014 e 2019, quando teriam entre os 14 e os 19 anos. Duas dessas testemunhas, hoje adultas, foram ontem ouvidas pelo juiz de instrução do tribunal de Guimarães, para que não tenham de prestar declarações, depois, em tribunal, e acabaram a sessão em lágrimas ao recordar o que sofreram. As outras 13 mulheres serão ouvidas em sede de julgamento. O professor em causa é Fernando Silvestre, agora com 53 anos, que negou todos os abusos, falou numa "cabala" das ex-alunas para o "tramar", mas não explicou o porquê, isto em declarações à CMTV, noticia o "Correio da Manhã" desta quinta-feira, 27 de outubro.

Jovem foi vítima de abusos sexuais dentro da tenda no Meo Sudoeste. Suspeito identificado
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Os abusos terão ocorrido quando as alunas frequentavam a Escola de Teatro Andaime, que funcionava dentro da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão. A acusação feita pelo Ministério Público assenta em provas testemunhais não só das 15 ex-alunas que relatam histórias de abusos idênticas, mas também nas de colegas, rapazes, que confirmaram que as jovens manifestavam profundo desconforto quando tinham de ser submetidas a contactos sexuais com o professor, sustenta a acusação, ainda de acordo com o "CM". Uma aluna, explica ainda o Ministério Público, terá mesmo escapado aos abusos, recusando-se a colaborar com as intenções do professor, que lhe terá dito que ela era "muito irreverente" e que deveria "aceitar mais o que os adultos dizem". 

Professor primário mascara-se de desenho feito por aluna que morreu
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Os abusos ocorriam dentro da própria escola, mas também em viagens de estudo e no interior do carro do professor, que está atualmente suspenso de funções.

O caso está agora nas mãos do juiz de instrução, que, com o nível da prova até agora mostrado, deverá pronunciar o professor e decretar que o mesmo deverá ser julgado. A decisão deverá ser conhecida nos próximos dias.

Para lá do processo crime, deverá também ter lugar um processo cível, que poderão ter de levar a que o professor seja obrigado a indemnizar as vítimas.