A secretária de estado do Tesouro, Alexandra Reis, foi demitida pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. A decisão foi tomada três dias depois de se ter sabido que a antiga administradora da TAP tinha recebido uma indemnização de 500 mil euros da companhia aérea pública e colocada na presidência da NAV, outro organismo estatal, por nomeação do governo.
O pedido de demissão foi feito com o intuito de "preservar a autoridade política do Ministério das Finanças num momento particularmente sensível na vida de milhões de portugueses", conforme explicou o ministro das Finanças. "No momento em que enfrentamos importantes exigências e desafios, considero essencial que o Ministério das Finanças permaneça um referencial de estabilidade, de autoridade e de confiança dos cidadãos", acrescentou Medina, em comunicado.
A agora ex-secretária de Estado terá aceitado "prontamente" este pedido de demissão. Alexandra Reis já havia feito saber que não iria, no entanto, devolver a indemnização de 500 mil euros que recebeu aquando da sua saída da TAP por entender que a mesma está dentro da legalidade. No entanto, foi público já esta semana que há uma contradição entre aquilo que foi comunicado à CMVM e os termos da rescisão do contrato com Alexandra Reis. Na comunicação oficial ao organismo regulador, foi sugerido que tinha sido a então administradora executiva a pedir para sair da empresa, por "razões pessoais" e por ir "abraçar novos projetos profissionais", o que não daria lugar a qualquer indemnização, mas, na verdade, terá sido a empresa a manifestar o desejo de que Alexandra Reis deixasse a TAP, o que levou, então, ao pagamento da indemnização de 500 mil euros.
Recorde-se que poucas semanas depois de ter saído da TAP com a indemnização de 500 mil euros, Alexandra Reis encontrou nova colocação pública, desta vez na presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).