O TikTok é vulgarmente descrito como uma das redes sociais com regras mais restritas no que aos conteúdos publicados diz respeito. Vídeos de teor violento, com tópicos sexuais ou relativos a substância ilícitas tendem a ser rapidamente eliminados e a levar ao bloqueio das contas de origem. No entanto, há formas de trocar as voltas ao algoritmo e já há registo de esquemas de tráfico de droga presentes neste universo digital, segundo escreve a revista “Insider”.

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Neste caso, alicerçados em métodos específicos para não serem detetados pelos filtros da aplicação que lhes conferem proteção suficiente para que os conteúdos sobre venda e consumo de cocaína (e outras drogas) circulem livremente na secção "descobrir" do TikTok, onde os utilizadores se deparam com vídeos de contas que não seguem ou com as quais nunca tiveram qualquer tipo de interação prévia.

Há pelo menos três emojis específicos associados a este tipo de atividade, de acordo com a publicação. Falamos da imagem de nariz, de um floco e um boneco de neve. Isto, porque "neve" é uma das designações mais comuns para cocaína, uma das drogas presentes na aplicação. Mas os truques não ficam por aqui. A mesma investigação concluiu ainda que os utilizadores por detrás deste tipo de esquemas utilizam ainda gírias (um tipo de linguagem utilizado por um determinado grupo, geralmente incompreensível para quem não faz parte dele) associadas a hashtags banidas da aplicação para escaparem aos filtros de segurança do TikTok.

Este tipo de ferramentas são maioritariamente utilizadas para a venda de cocaína e os cogumelos psicadélicos, duas drogas ilegais tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos.

A informação de que o TikTok é palco de vendas ilícitas é recente, no entanto, a aplicação já bloqueou contas com este tipo de conteúdo desde que o problema foi reportado pela publicação, escreve a mesma revista.

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Quando confrontado com a situação, um porta-voz da aplicação garantiu que a segurança e bem-estar da comunidade são "prioridade máxima". "Não permitimos a representação, promoção ou comércio de drogas ou outras substâncias regulamentadas", começou por explicar, em declarações citadas pelo órgão internacional.

"Não há uma meta fechada no que diz respeito à segurança da nossa comunidade, e é por isso que continuamos a investir em escala nas nossas operações de confiança e segurança", acrescentou.

A rede social TikTok está agora associada à venda e tráfico de drogas e tem vindo a suscitar discussões maioritariamente pelos jovens serem o público alvo da aplicação. No entanto, especialistas revelam que esquemas deste teor estão presentes em todas as redes sociais e acusam ainda as empresas tecnológicas de fechar os olhos ao problema, evitando encará-lo, conclui a mesma revista.