Soube-se há dias que o Padrão dos Descobrimentos entrou no processo que deverá culminar com a sua elevação a monumento nacional de interesse público, mas nem isso foi suficiente para que um (ou mais) graffiter tivesse decidido vandalizar a obra de arte de Belém visitada diariamente por milhares de pessoas que passeiam à beira-Tejo. O vândalo pintou, na terça-feira, uma frase na base do monumento que dizia: "A nação que matou África, Wakanda4Ever", uma referência direta ao Portugal colonial e à nação futurista fictícia de Wakanda, criada nos livros de banda desenhada da Marvel e que se tornou conhecida a nível global com os filmes da saga "Black Panther" (Pantera Negra).

Francesa que vandalizou o Padrão dos Descobrimentos já fugiu do País. PJ anda atrás dela
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Este é o segundo ataque, nos últimos dois anos, ao Padrão dos Descobrimentos. Já em 2021, também no verão, um casal de graffiters estrangeiros havia inscrito uma enorme frase na base do monumento, mas desta vez em inglês. Na altura, escreveram: "Velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate”.

As autoridades foram chamadas ao local e a Polícia Judiciária iniciou uma investigação para apurar a identidade do autor do ato de vandalismo do Padrão dos Descobrimentos. O monumento, estrela da grande Exposição do Mundo Português, uma exibição criada por António Oliveira Salazar em 1940, como demonstração do poderio histórico do império nacional ao longo dos séculos, existe desde 1940 e é uma das principais referências identitárias da cidade de Lisboa, a par da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerónimos.