O mistério sobre quem vandalizou o Padrão dos Descobrimentos, na zona de Belém, em Lisboa, está quase resolvido. Em menos de 24 horas a Polícia Judiciária (PJ) chegou à principal suspeita pelo ato de vandalismo: Leila Lakel. A pintora francesa e ativista é apontada como a responsável pelos danos causados ao matrimónio português antes de deixar Portugal. Não foi a primeira vez que Leila esteve no País, como comprovam as várias fotografias no perfil de Instagram, que estavam disponíveis até esta terça-feira à noite, 10 de agosto, conforme mostra a TVI. Entretanto, o perfil ficou privado.
Foi também através do Instagram que Leila Lakel partilhou um vídeo do graffiti com cerca de 20 metros que fez numa das laterais do Padrão dos Descobrimentos, e na descrição da publicação escreveu: "Está feito. Adeus, Lisboa", denunciando-se a si própria.
A cidadã francesa está agora no país de origem, mas a PJ está a trabalhar em colaboração das autoridades francesas e pode mesmo vir a emitir um mandado de detenção europeu pelo crime de dano qualificado, o que significa que, de acordo com o Código Penal, Leila está sujeito a uma pena de prisão de até cinco anos ou multa até 600 dias.
A francesa que assinou o ato de vandalismo como Lia, escreveu na obra do arquiteto Cottinelli Telmo "velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate" — tradução da inscrição original "blindly sailing for monney [sic], humanity is drowning in a scarllet [sic] sea LIA [sic]".
A recuperação da lateral do monumento português, que começou ao início da tarde de segunda-feira, 9, e terminou já depois da meia-noite, custou ao estado 2.300 euros + IVA, de acordo com a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) citada pelo "Jornal de Notícias".
Numa nota através das redes sociais, a Câmara Municipal de Lisboa diz que considera "inaceitáveis" "todos os atos de vandalismo contra o património coletivo da cidade".