Uma campanha criminosa de larga escala, originada por redes internacionais, está a explorar o nome da Polícia Judiciária (PJ) para enganar e burlar vítimas em Portugal. Em causa está um esquema que recorre a inteligência artificial, numa tentativa de convencer as pessoas a transferirem o dinheiro para contas controladas por criminosos.
De acordo com o "Jornal de Notícias", os burlões utilizam a técnica de "Spoofing". Esta pressupõe que os criminosos consigam fazer chamadas com um número de telefone que parece legítimo – e que é, muitas vezes, português –, sem o conhecimento dos verdadeiros titulares.
Os criminosos usam gravações pré-programadas e fazem-se passar pela PJ, alegando que as contas bancárias das vítimas estão em risco. De seguida, instam as vítimas a clicarem para falar com um suposto inspetor. A confiança que os lesados depositam nas autoridades faz com que alguns deles transfiram o saldo das suas contas para aquelas que são controladas pelos criminosos.
"Estão a desenvolver padrões individualizados de ataque e de burla, fazem análise de perfil e com recurso a inteligência artificial. Neste momento, desenvolvem técnicas direcionadas e este caso é assustador, porque vai trazer-nos dificuldades acrescidas”, frisou o coordenador da PJ, José Ribeiro, citado pela mesma publicação.
De acordo com as autoridades, os criminosos conseguem efetuar até 200 mil chamadas telefónicas por semana. Apenas no último fim de semana, a PJ recebeu mais de uma centena de queixas relacionadas com esta fraude, mas no total já foram abertos mais de dois mil inquéritos à prática deste crime, diz a SIC Notícias.