Amanda Partata, uma advogada de 31 anos, foi detida esta quarta-feira, 20 de dezembro, por ser suspeita de envenenar e matar o ex-sogro de 58 anos, Leonardo Pereira Alves, e a mãe deste, Luzia Alves, de 86 anos, em Goiânia, Brasil. Inicialmente, foi investigada a possibilidade de ambos terem tido complicações devido a uma intoxicação alimentar, mas esta hipótese já foi totalmente descartada.
“O caso é bem complexo, envolve um grau de psicopatia. Vamos ouvir novamente a Amanda, porque existem detalhes relevantes, inclusive de outros crimes relacionados com a investigada. O que nós adiantamos é que, de facto, se trata de um duplo homicídio por envenenamento”, disse o delegado Carlos Alfama.
O caso começou a ser investigado na segunda-feira, 18, após a morte de Leonardo. A mulher deste contou que Amanda comprou alimentos para tomar o pequeno-almoço com a família na manhã de domingo, 17. Cerca de três horas depois, Leonardo e Luzia começaram a ter dores abdominais, vómitos e diarreia. A mãe e o filho foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas acabaram por morrer ainda no domingo. Como a família acreditava que tinha sido a comida a causar as mortes por estar contaminada, exigiu a investigação.
Amanda, que mora em Itumbiara, chegou a Goiânia na quinta-feira, 15, e foi a uma consulta médica, segundo Carlos Alfama. Desse dia a domingo, a advogada esteve hospedada num hotel e, na quinta-feira, saiu para ir comprar roupas. Na sexta-feira ficou o dia todo no hotel e, no dia 17, dia do crime, por volta das 8 horas comprou bolos, por volta das 8h10 comprou sumo e depois voltou para o hotel.
Por volta das 9 horas, Amanda foi para casa das vítimas com o pequeno-almoço (pão de queijo, bolachas, sumo de uva e bolos) e às 12 horas saiu do local e chamou boleia numa aplicação para voltar para Itumbiara. Durante o caminho, Leonardo enviou um áudio à ex-nora a dizer que se estava a sentir mal e recomendou que a mulher fosse ao hospital. No dia 18, a advogada foi a um hospital após saber que o ex-sogro estava morto, segundo o "g1".
Carlos Alfama acredita que Amanda colocou veneno no sumo servido às vítimas, dado que, segundo o delegado, a mulher afirmou ter comido os bolos, mas ao ser questionada sobre se bebeu o sumo ela “travou”. Na casa da família estavam Leonardo, Luzia e o marido de Luzia, que não comeu o pequeno-almoço.
A Polícia Científica ainda está a tentar analisar qual a substância exata que foi utilizada para envenenar as vítimas, estando a ser analisadas mais de 300 pesticidas. “Mesmo que a perícia não encontre veneno nas substâncias apreendidas, a certeza é de uma morte por envenenamento. Não foi intoxicação alimentar, isso a perícia facilmente já detetou. Não foi infeção bacteriana. Qual a outra possibilidade? O perito apontou: a morte foi por envenenamento”, explicou o delegado.
A motivação para o crime terá sido o término da relação de 1 mês e meio de Amanda com o filho de Leonardo. Como queria continuar próxima do rapaz e da família dele, a advogada anunciou que estava grávida depois do namoro terminar e, como tal, continuava a frequentar a casa dos pais do ex-namorado. Contudo, o delegado concluiu que essa gravidez é falsa com base num exame de sangue.
“É uma pessoa que mostrou uma personalidade extremamente voltada ao crime, com condutas criminosas complexas. (...) Ela foi recebida de braços abertos pelas vítimas, porque ela forjou uma personalidade dócil, amável, quando na verdade ela não tinha”, afirmou o delegado.