Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro da própria casa, em Manaus, no Brasil, no dia 28 de maio. Segundo um relatório preliminar divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) esta segunda-feira, 3 de junho, a jovem de 32 anos sofreu um edema cerebral, que consiste num inchaço do cérebro causado pela acumulação de líquidos e que afetou o funcionamento do coração e da respiração.
Suspeita-se de que o uso excessivo de cetamina, um anestésico e sedativo, possa ter culminado nesta complicação, sendo que a sua família obrigava os participantes a consumirem a droga nos rituais da seita religiosa que lideravam, a “Pai, Mãe, Vida”, para “alcançar a uma falsa plenitude espiritual”.
A polícia informou que a mãe da jovem costumava gravar a família sob o efeito da cetamina e a Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, obteve imagens de todos a consumirem a droga, além de a administrarem com seringas, na casa onde Djidja foi encontrada morta.
Num excerto, Cleusimar mostra a filha paralisada à frente de um espelho na casa de banho, enquanto tenta falar com ela, e pouco depois Djidja aparece deitada e Ademar, o irmão, surge à beira da cama completamente paralisado. No mesmo vídeo, a mãe mostrou marcas de picadas nela e no filho e ainda um frasco da substância.
Veja o vídeo.
A Polícia Civil montou a Operação Mandrágora para investigar a seita religiosa e as investigações começaram há 40 dias, antes da morte de Djidja, onde descobriram que o grupo obtinha a cetamina numa clínica veterinária (já que a substância é utilizada na realização de cirurgias em animais de grande porte), sem receita e depois distribuía-a entre os funcionários da rede de salões de beleza que a família geria, segundo o site Hugo Gloss.
A mãe, Cleusimar Cardoso, e o irmão, Ademar Cardoso, foram detidos preventivamente no dia 30 de maio, assim como três funcionários (Verónica Costa, gerente de um salão da família e a responsável por comprar a substância sem receita médica, Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos) de um dos salões de beleza. Ademar e Verónica estão a sofrer crises de abstinência dentro das unidades prisionais.
Familiares, nos depoimentos à polícia, informaram que Djidja, Ademar e Cleusimar passavam o tempo todo em casa a consumirem a droga e também adiantaram que tentaram ajudar a jovem a obter um tratamento contra a dependência química, algo que foi impedido pela mãe e pelo irmão.