Tudo acaba mal quando corre mal. É o que se pode dizer da relação da banda Coldplay com o seu antigo manager, Dave Holmes. Depois de mais de 17 anos a trabalharem juntos, o ex-agente saltou fora do barco em 2022, quando, alegadamente, acusou a banda de não lhe pagar o devido por dois álbuns ainda não lançados, exigindo em agosto deste ano quase 12 milhões de euros de indemnização.
Ao prestar declarações, Dave Holmes pediu que se declarasse um contrato que incluísse o décimo e o décimo primeiro álbuns da banda, onde afirma ter ajudado a organizar as sessões de gravação e a estabelecer contatos.
No entanto, de acordo com a "BBC News", a banda britânica que esgotou o Estádio Cidade de Coimbra, em maio deste ano, rejeitou o pedido e foi anunciado na sexta-feira, 6 de outubro, a entrada de um processo num tribunal de Londres onde a banda pede 14 milhões de libras (16 milhões de euros) de indemnização a Dave Holmes por supostos erros na gestão da digressão mundial "Spheres World Tour".
Além disso, o grupo refere que o antigo agente recebeu dois empréstimos milionários da Live Nation, uma empresa do setor de organização de eventos que trabalha há muitos anos com os Coldplay.
"Tanto quanto é do nosso conhecimento, o Sr. Holmes utilizou o dinheiro obtido através dos contratos de empréstimo para financiar um empreendimento imobiliário em Vancouver, Canadá, ou nos arredores", alegou a banda nos documentos vistos pelo "The Times", argumentando que Holmes utilizou a sua posição de empresário para fazer o investimento.
Os documentos do tribunal alegam ainda que Holmes não conseguiu "supervisionar e controlar adequadamente o orçamento da digressão", tendo encomendado ou comprado equipamento dispendioso que não era adequado. "Se o senhor Holmes tivesse exercido um cuidado razoável e habilidade no cumprimento das suas obrigações, a banda não teria incorrido em custos de pelo menos 17,5 milhões de libras (20 milhões de euros)”, continuam os advogados da banda britânica.
O caso poderá ir a tribunal se ambas as partes não chegarem a acordo. O "The Times" conseguiu falar com um porta-voz de Dave Holmes, que avisou que acusar o ex-agente de "lapsos éticos inexistentes" e de "condutas impróprias inventadas" não iria desviar a atenção da verdadeira questão, o contrato que a banda tinha com o agente.
No entanto, apesar da guerra judicial, Dave Holmes concordou em trabalhar com a banda no próximos dois álbuns, assim como na digressão que está a ser preparada para 2024/2025.