Especialistas norte-americanos estão a estudar uma alternativa ao método atual de administração da vacina contra a COVID-19. Em causa (e em estudo) estão vacinas de caráter intranasal, ou seja via spray, que atuam na origem da infeção e geram imunidade nesse mesmo local.
"Uma injeção no braço é como uma vacinação de dentro para fora. Geramos imunidade no corpo inteiro e alguns destes anticorpos infiltram-se nas vias respiratórias. Mas o spray nasal funciona ao contrário, estimulando primeiro o local da infeção e depois o resto do corpo", avança Paul McCray, pneumologista pediátrico e professor na Universidade do Iowa, nos Estados Unidos da América.
Segundo uma reportagem publicada pela National Geographic, a nova hipótese tem como objetivo proporcionar aos utentes vacinados uma imunidade mais forte e duradoura contra o novo coronavírus, através de uma administração mais fácil e mais prática. "Se queremos uma resposta imunológica sustentável e duradoura, temos de vacinar de forma local", explica José Ordovas-Montañes, especialista em imunologia, na Universidade de Harvard.
Enquanto caminhamos para a (possível) administração da terceira dose da vacinação, surgem cada vez mais estudos de universidades norte-americanas que revelam a eficácia destas vacinas intranasais, até agora testadas em ratos, hamsters e primatas. Com a premissa de que nenhuma vacina é 100% eficaz, segundo os especialistas, a administração via nasal pode, efetivamente, ser relevante no combate à pandemia. De acordo com a National Geographic, seis possíveis vacinas intranasais já se encontram na primeira fase de ensaios clínicos.
Relativamente à vacinação tradicional e atualmente em vigor, através da injeção no braço, em Portugal, até ao momento, já foram administradas mais 12.855.278 doses da vacina contra a COVID-19. Desta forma, segundo os dados lançados pelo Ministério da Saúde, pela Secretaria Regional da Saúde e Desporto dos Açores e pela Secretaria Regional da Saúde e Protecção Civil da Madeira, na passada segunda-feira, dia 10 de agosto, 61,09% dos portugueses já estão completamente vacinados contra a covid-19. Portugal é, desta forma, o 22.º país do mundo com a maior taxa de doses administradas por 100 habitantes.