Quando Avery nasceu a 16 de janeiro, nem as enfermeiras queriam acreditar no que estavam a ver: a menina tinha um dente na gengiva inferior. Esta condição médica rara tem o nome de dente natal e acontece, em média, numa criança a cada dois mil nascimentos. O normal é que a dentição de leite comece a surgir entre os 4 e os 7 meses.

Em declarações ao jornal australiano "Daily Telegraph", a mãe Bethany Green, com apenas 18 anos, explicou como foi lidar com esta experiência. "[A] Avery nasceu com o dente um pouco de fora e agora, com quatro semanas, está totalmente formado. É incrível."

Bethany Green acabou por levar a filha a um dentista local, em Blackpool, para que fosse vista por um especialista. Aguardam agora uma nova consulta, que será acompanhada por outro médico e ajudará a decidir qual a melhor opção para o caso. Para já, a mãe decidiu alimentar a criança a biberão para não causar problemas ao dente que nasceu precocemente.

Embora Green só tenha descoberto que estava grávida aos 7 meses, tenta agora conciliar esta nova experiência com os estudos e um trabalho como empregada de balcão. "Esta semana os meus pais ficaram a tomar conta dela para que eu pudesse fazer os meus trabalhos. Eles adoram-na."

Os bebés também têm depressões. Pedopsiquiatra aponta sintomas a que os pais devem estar atentos e de como tratar a doença
Os bebés também têm depressões. Pedopsiquiatra aponta sintomas a que os pais devem estar atentos e de como tratar a doença
Ver artigo

Em declarações ao mesmo jornal, o professor Richard Welbury, da Universidade de Lancashire, no Reino Unido explicou que embora seja comum receberem chamadas de várias unidades de neonatologia com questões sobre esta condição, não é algo que as clínicas dentárias possam receber com alguma frequência.

O médico explicou ainda que estes dentes podem ou não pertencer à dentição de leite materna. "Normalmente estes dentes pertencem à dentição de leite, mas há casos em que estes dentes são extra dentição normal." Quanto ao tratamento para os dentes natais, o normal será tratá-lo como se fosse um dente de leite normal. No entanto, Welbury indicou ainda que em determinados casos o dente pode ser retirado.

"Há três razões pelas quais devemos arrancar este dente", disse. "A primeira é se puser em risco as vias respiratórias do bebé. O dente pode estar solto e pode ser perigoso [para a vida do bebé] caso caia e acabe nos pulmões da criança. A segunda razão é que pode provocar uma úlcera na língua da criança e a terceira razão é tornar-se doloroso para a mãe durante a amamentação".