Ben Carpernter, 35 anos, natural de West Yorkshire, Inglaterra, é o verdadeiro super pai, não desfazendo do ator Luís Esparteiro que nos anos 90 interpretava esta personagem, na série da TVI com o mesmo nome.

Solteiro e pai a tempo inteiro, o inglês acaba de oficializar o processo de adoção do quinto filho, Noah, um rapaz de um ano, com uma condição genética conhecida por síndrome de Cornelia de Lange (distúrbio que pode resultar em várias anomalias graves de desenvolvimento).

Este não é o único filho com necessidades especiais de Ben, que trabalhava numa escola para crianças e adultos com deficiência: Jack, 11 anos tem autismo, Ruby, 8, tem síndrome de Pierre Robin (que provoca anomalias faciais) e uso condicionado dos braços, devido à falta de ossos; Lily, 6 anos, é surda: e Joseph, 3 anos, tem síndrome de Down.

“Mesmo com 21 anos, já sabia que queria ser pai o mais rápido possível — posso ter sido jovem, mas sempre tive a cabeça no sítio”, diz ao “Daily Mail”.

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“Devido ao trabalho anterior com adultos e crianças deficientes, sempre soube que era justo adotar uma criança com deficiência, porque sabia que seria capaz de cuidar dela adequadamente.”

Primeiro, relata, viu um anúncio de serviços sociais que procurava pais adotivos. “Pensei: bem, eles não me vão querer sendo eu pai solteiro”, recorda.

Só que decidiu avançar na mesma. Ao relatar o seu trabalho, os membros dos serviços sociais “foram muito positivos” e ficaram “muito entusiasmados” com a adoção de uma criança. “Nove anos depois, tenho cinco filhos e não mudaria nada.”

Sobre a vinda de Noah, Ben conta ao mesmo tabloide inglês que a síndrome de que ele sofre cria “graves defeitos congénitos que afetam tantos os braços, como as pernas”. No entanto, este não é um problema para o super pai, que avança que o menino já é parte da família, “como se sempre tivesse estado lá.”

“Os novos irmãos e irmãs são ótimos com ele. A Lily, em particular, é extremamente maternal e ajuda-me a dar-lhe de comer e tudo mais”, conta. “Eu simplesmente amo ser pai”.

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Carpenter deparou-se com a criança de um ano quando estava a folhear uma revista de adoção com crianças que são consideradas difíceis de serem adotadas. “Pensei comigo mesmo que este menino precisava de se juntar à nossa família, onde ele poderia ser parte de algo especial, mas, mais importante, podia ter alguém que aceitasse a sua deficiência”, relata, contando que pela imagem se via que o bebé tinha “necessidades complexas severas.”

Como é que este pai sustenta uma família tão grande? Segundo o que avançou ao “Daily Mail”, Ben, que é pai a tempo inteiro, vive das suas economias e de apoios  — como pai adotivo, ele tem direito a uma taxa semanal de 20,70 libras (cerca de 23€) para o primeiro filho e de 13,70 libras (cerca de 15€) para o segundo. A este valor acresce-se o subsídio para deficientes, que é dado a famílias com crianças com menos de 16 anos, com necessidades especiais de cuidados ou mobilidade.

O facto de não serem filhos biológicos é uma não questão para Carpenter: “Nunca quis ter filhos biológicos, porque há muito, muito mais do que apenas estar biologicamente ligado a uma criança”, diz. “Podem não ter o mesmos sangue que eu, mas quem é que quer saber!”, considera, acrescentando que as crianças já adotaram alguns dos seus tiques e maneirismos.

Neste momento, não conta adotar mais nenhuma criança, mas a ideia não está completamente posta de lado: “Se no futuro uma criança realmente precisar de mim e da minha ajuda, tenho a certeza que acabo por adotá-la.”

Quanto à sua vida amorosa, Ben diz que não procura nenhum relacionamento tão cedo, uma vez que em primeiro lugar estão agora os deveres como pai. “Nunca procurei um relacionamento, porque estou feliz sozinho”, diz. “Sempre que me vejo num relacionamento, chego à mesma conclusão: os meus filhos virão primeiro.”