Um homem de 44 anos, de dupla nacionalidade britânica e mexicana, foi detido no Catar depois de ser vítima de uma emboscada da polícia. Tudo aconteceu quando Manuel Guerrero Aviña respondeu a uma mensagem no Grindr, uma aplicação de relacionamentos para pessoas LGBTQIAP+, sendo esta um esquema das autoridades do país do Médio Oriente, onde os relacionamentos sexuais homossexuais são puníveis com até sete anos de prisão.
Manuel Guerrero Aviña foi libertado, mas apenas depois de ser obrigado pela polícia a divulgar os nomes dos homens com quem teve relações sexuais. Apesar de estar fora da prisão, o homem de 44 anos pode ser processado, e está impedido de sair do Catar. Aviña é seropositivo e está praticamente a ficar sem a sua medicação antirretroviral.
"O Manuel foi libertado, mas a investigação continua. Também não pode sair do país. A situação médica não está resolvida. Neste momento, está a tomar os antirretrovirais, mas só tem doses para mais nove dias", disse Enrique Guerrero Aviña, irmão do homem, ao "Attitude".
"Foi muito afetado pela tortura, está com stresse pós-traumático, mas tem esperança de que com a solidariedade da comunidade LGBTQ e das organizações mundiais, e com tudo o que estamos a fazer, seja possível alcançar a liberdade e justiça. Mas está preocupado com a sua saúde e com o acesso à medicação", acrescentou.
Enrique Guerrero Aviña salientou ainda que, enquanto o irmão esteve detido, as autoridades, alegadamente, retiveram a medicação deste para acrescentar "pressão psicológica". "Fizeram uma intervenção para obter os nomes dos parceiros sexuais do Manuel. Isso foi antes de o libertarem", disse, alegamdo também que a polícia plantou drogas no irmão durante a detenção.