Kristel Candelario, de 32 anos, foi condenada a prisão perpétua no condado de Cuyahoga, Ohio, EUA, esta segunda-feira, 18 de março, depois de ter deixado a filha de 16 meses sozinha em casa durante dez dias, em junho de 2023. Jailyn, a criança, acabou por morrer durante esse período. 

A sentença chegou um mês depois de Kristel se ter declarado culpada do homicídio agravado da filha, em fevereiro, sendo também acusada de negligência, pela maneira como colocou a sua criança em perigo durante os 10 dias que esteve fora, segundo a “People”. A mulher de 32 anos deixou a filha de 16 meses sozinha e sem qualquer vigilância em Cleveland, de 6 a 16 de junho, enquanto foi de férias para Detroit e Porto Rico. Kristel foi detida no dia seguinte, quando regressou a casa. 

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Quando chegou a Cleveland, por volta das 8 horas da manhã, a mãe encontrou a filha sem reação e não tardou em chamar as autoridades e os paramédicos, que declararam a bebé de 16 meses morta no local, de acordo com o “The Washington Post”. Jailyn foi encontrada "repleta de urina e fezes, com os cobertores sujos", segundo o comunicado do Gabinete do Procurador do Condado de Cuyahoga, citado pela “People”.

A criança de pouco mais de um ano morreu de fome e desidratação grave devido a negligência pediátrica, como explicou Elizabeth Mooney, médica adjunta do condado de Cuyahoga presente no tribunal esta segunda-feira. De acordo com a “NBC News”, a médica revelou que Jailyn pesava quase seis quilos, três quilos a menos do que na sua última consulta médica, que tinha ocorrido dois meses antes do homicídio.

O juiz Brendan Sheehan, do Tribunal de Justiça do Condado de Cuyahoga, disse que a morte da criança "não foi simplesmente um descuido", e que Kristel tinha cometido “a maior traição”. "Cometeu o derradeiro ato de traição, deixando a sua filha aterrorizada, sozinha, desprotegida, a sofrer o que ouvi dizer ser a morte mais horrível que se possa imaginar, sem comida, sem água, sem proteção", disse o juiz. 

Brendan Sheehan acusou ainda a mulher de 32 anos de não ter mostrado "qualquer remorso", e comparou a sua pena de prisão perpétua ao confinamento que a filha sofreu durante os 10 dias em que esteve sozinha. "A única diferença será que, pelo menos, a prisão vai alimentá-la e dar-lhe os líquidos que negou à filha", acrescentou, citado pelo “The Washington Post”

Kristel, que, de acordo com a “NBC News”, luta contra a depressão e outros problemas de saúde mental, disse em resposta que sente muita dor “em relação à perda” de Jailyn, e que está “extremamente magoada com tudo o que aconteceu”.

“Não estou a tentar justificar as minhas ações, mas ninguém sabia o quanto eu estava a sofrer e o que estava a passar. Deus e a minha filha perdoaram-me". Sabe-se que Kristel, segundo o mesmo meio de comunicação, tem mais uma filha, mas não se sabe qual era o seu paradeiro enquanto a mulher de 32 anos foi de férias.