É provável que já tenha sido obcecado com o filme "Titanic". Também é provável que, na sequência dessa obsessão, tenha recorrido ao Youtube para ver o manancial de simulações desta embarcação, considerada inafundável, a ficar completamente submersa. Agora, pode vê-la debaixo do oceano, como nunca antes viu: é que foi lançado, recentemente, o primeiro mapeamento total dos destroços do navio.
Graças a este modelo 3D, da autoria da empresa Magellan, especialista em mapeamento em águas profundas, em colaboração com a Atlantic Productions, produtora televisiva que está a preparar um documentário sobre o projeto, o Titanic pode ser visto ao pormenor, como se de uma excursão até ao local se tratasse.
Por se encontrar a 3800 metros de profundida, algures no Atlântico, o objetivo, de acordo com a "BBC", é contar melhor a história do que aconteceu à embarcação em 1912. Até porque o Titanic só fez uma viagem, a inaugural, que foi, simultaneamente, a última, suscitando nos mais curiosos a vontade de saber mais.
"Ainda há questões sobre o navio, questões básicas, que precisam de ser respondidas”, disse Parks Stephenson, especialista no Titanic, citada pela "BBC". De seguida, acrescentou que este modelo é uma ferramenta que permite contar o que aconteceu ao navio com recurso à ciência e aos factos, ao contrário da "especulação" que tem circulado desde então.
Esta embarcação, que afundou na madrugada do dia 14 de abril de 1912, embateu num icebergue, quatro dias depois da partida para a viagem entre Southampton, Reino Unido, e Nova Iorque, Estados Unidos. Este acidente culminou na morte de mais de 1500 pessoas e os destroços só foram descobertos anos mais tarde, em 1985.
A reconstrução digital dos restos deste navio demorou mais de 200 horas, uma vez que foram necessárias mais de 700 mil fotografias para conseguir concretizá-la, tiradas por vários aparelhos controlados remotamente, de acordo com a mesma publicação. O resultado desta exploração, que foi levada a cabo no verão de 2022, mostra que o navio está irreconhecível – até porque os micróbios corrosivos já começaram a comê-lo, fazendo com que se esteja a desintegrar a passos largos.