Esqueçam lá se o pião continuou a girar no final de "Inception". A grande dúvida do cinema nos últimos 25 anos também envolve Leonardo DiCaprio, mas diz respeito a uma cena que não nos sai da cabeça desde 1997: afinal, havia ou não espaço para Jack naquela tábua?

Para os mais esquecidos, a cena em questão acontece no final de "Titanic", quando já depois do naufrágio do navio causado pelo embate num icebergue, Jack Dawson (a personagem de DiCaprio) encontra uma tábua onde coloca Rose (interpretada por Kate Winslet) para salvar a amada. A tábua era suficientemente grande para ambos, e Jack ainda tenta subir, mas acaba por desistir, ficando com o corpo na água, e morrendo pouco depois de hipotermia.

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E sim, há 25 anos que o mundo se divide em opiniões sobre se teria sido possível salvar ambas as personagens. Agora, para celebrar o regresso de "Titanic" aos cinemas numa versão remasterizada em 4K, em fevereiro de 2023, James Cameron, o realizador do filme, está a preparar um documentário que vai explorar cientificamente as razões que ditavam ser impossível a sobrevivência de Jack.

Ao "Toronto Sun", o realizador norte-americano disse que pretende terminar, de uma vez por todas, com as dúvidas que ouve há mais de 20 anos, e vai explicar, na nova produção, o porquê de Rose não ter arranjado espaço para o namorado.

Titanic
Titanic A cena que causou dúvidas durante 25 anos.

Apesar de James Cameron já ter salientado que a morte da personagem de DiCaprio era necessária por motivos narrativos, nota o "Correio da Manhã", o realizador mune-se agora da ciência para comprovar a decisão.

"Fizemos um estudo científico para acabar com isto de uma vez por todas", disse Cameron. Referiu ainda que, para realizar a investigação, recriaram a jangada improvisada do filme para fazer uma "análise forense exaustiva" com um especialista em hipotermia.

"Usamos dois duplos que tinham a mesma massa corporal de Kate e Leo e colocamos sensores por toda a parte. Colocámo-los em água gelada e testamos se estes poderiam ter sobrevivido através de vários métodos e a resposta foi que não havia forma de ambos sobreviverem. Apenas um poderia sobreviver", sublinhou o realizador.

O resultado desta experiência chega em fevereiro do próximo ano através da National Geographic, e o documentário vai acompanhar o regresso do "Titanic" aos cinemas.