O marido da jornalista Lisa Shaw, que trabalhava para a BBC Radio Newcastle, prepara-se para processar a farmacêutica AstraZeneca, após a morte da mulher, de 44 anos, em maio de 2021, uma semana após ter levado a vacina. A família acredita que a morte esteja associada a complicações com a toma da vacina, dado que à época, Lisa terá desenvolvido coágulos de sangue no cérebro, que apesar de extremamente raro, é um possível efeito secundário da vacina, revela o "ECHO".

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Apesar de o Departamento de Saúde afirmar que todas as vacinas terão passado "por testes robustos", e que a vacina Oxford-AstraZeneca foi considerada segura para administrar em dezembro de 2020, é também um facto que as pessoas com menos de 40 anos foram indicadas para uma alternativa a esta vacina, devido a relatos de casos raros de de coágulos sanguíneos no cérebro, bem como a uma redução de plaquetas no sangue, escreve a "BBC".

Gareth Eve, o marido de Lisa, alega que tentou "conversar com o governo, deputados e três primeiros-ministros", mas que ninguém lhe terá respondido, e que por isso vai iniciar os procedimentos legais contra a empresa. O viúvo, e atualmente pai solteiro de um filho, faz parte de um grupo de pessoas que se juntaram para processar a AstraZeneca, após a morte de familiares associada a efeitos secundários da administração da vacina.

"Não é da minha vontade lembrar-me que quero processar alguém, mas durante quase dois anos tentámos conversar com o governo e com os ministros desde que a Lisa morreu, e nenhum deles nos estendeu a mão ou respondeu de todo", afirmou o Gareth à "BBC". "Na melhor das hipóteses, qualquer resposta é temporária, por isso não nos resta nenhuma alternativa - se o governo ou a AstraZeneca não quiserem conversar connosco, o que mais podemos fazer?".

O marido de Lisa relata que apenas queria "algum tipo de reconhecimento de que estas mortes ocorreram". "Não somos malucos nem estamos a inventar teorias de conspiração, somos maridos, mulheres e familiares que perderam alguém - é apenas isso. Seja qual for o dinheiro, não vai trazer a mãe do meu filho de volta. Estas coisas aconteceram com demasiadas pessoas e fazem-nos sentir como se fosse um segredo sujo, que estamos a falar sobre algo que não deveríamos estar a falar", diz Gareth.

"Está estabelecido que foi causado pela vacinação contra a Covid da AstraZeneca - não é sobre a Covid, não é sobre quantas vidas a vacinação contra a Covid salvou, é sobre o que esta vacinação fez com a Lisa e com outras famílias, e não sobre o sucesso da vacina ou se alguém é anti vacinação."

Um representante do Departamento de Saúde e Serviço Social do Reino Unido afirmou que "todas as vacinas que se encontram a ser utilizadas no Reino Unido foram submetidas a ensaios clínicos extensos, e estão de acordo com os rígidos padrões de segurança, eficácia e qualidade da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde".

Para além disso, o departamento relatou ainda à BBC que as vacinas são a "melhor forma" de proteger as pessoas contra a Covid, e que os pagamentos por possíveis danos causados pelas vacinas estariam disponíveis para "indivíduos que, em circunstâncias extremamente raras, ficaram gravemente incapacitados ou morreram devido à administração de uma vacina recomendada pelo governo para uma doença registada".

Também a AstraZeneca já se pronunciou sobre o sucedido, nota o "ECHO". "Não podemos comentar questões legais que se encontrem em andamento. A segurança do paciente é nossa maior prioridade e as autoridades reguladoras têm padrões claros e rigorosos para garantir o uso seguro de todos os medicamentos, incluindo vacinas. Os nossos sentimentos a todos os que relataram problemas de saúde".