Luigi Mangione foi acusado do homicídio de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, empresa norte-americana de seguros de saúde, depois de ser detido esta segunda-feira, 9 de dezembro. Agora que a sua identidade foi revelada, muitos são os detalhes que têm vindo a público sobre a sua vida – incluindo alguns problemas de saúde.

De acordo com o proprietário da residência em que vivia, o jovem de 26 anos vivia com dores crónicas desde 2022, quando sofreu uma lesão enquanto praticava surf no Havai, onde viveu seis meses. À CNN, R. J. Martin disse que o acidente foi traumático, sendo que Luigi Mangione ficou acamado durante uma semana, tendo ficado incapacitado ao ponto de não conseguir realizar tarefas básicas.

Mais tarde, quando já não vivia no empreendimento de R. J. Martin, o jovem enviou-lhe uma mensagem com uma radiografia da coluna, na qual se podiam ver parafusos gigantes inseridos na área lesionada. Uma imagem semelhante chegou a ser usada como fundo na conta de Luigi Mangione na rede X (antigo Twitter), mas foi retirada pela polícia depois de este ser detido.

Luigi Mangione. Tudo o que se sabe sobre o jovem acusado de matar o CEO da UnitedHealthcare
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Na residência, o jovem era o dirigente de um clube de leitura para os residentes e gostava de fazer caminhadas e ioga. E embora conversas sobre o sistema de saúde fossem frequentes, o proprietário diz que este não parecia estar "chateado ou zangado com uma questão em particular", além de não se recordar de este alguma vez ter falado em armas ou violência.

No entanto, as dores nas costas eram tantas que Luigi Mangione, no site de críticas literárias Goodreads, admitiu ter lido (ou ter a intenção de ler) uma série de livros cujo objetivo era aprender a lidar com dores crónicas nas costas. A par disso, também mostrou fazer uma rotina de exercícios para ajudar com o facto de ter sofrido o deslizamento de uma vértebra da coluna.

Este problema até afetava a sua vida sexual, de acordo com R. J. Martin. "Ele sabia que namorar e ter intimidade física com alguém, com o seu problema de costas, não era possível", contou, citado pelo "Daily Mail". "Lembro-me de ele me dizer isso e de o meu coração se partir", continuou a fonte, acrescentando que o jovem lhe terá contado "que as vértebras inferiores estavam quase a meio centímetro de distância" do local em que deveriam estar.

Família de Luigi Mangione já se pronunciou

Entretanto, depois da detenção e respetiva acusação, a família de Luigi Mangione já reagiu. "A nossa família está chocada e devastada com a detenção de Luigi", afirmou a família numa declaração partilhada pelo seu primo Nino Mangione, deputado republicano do condado de Baltimore, citada pelo "The New York Post".

"Oferecemos as nossas orações à família de Brian Thompson e pedimos às pessoas que rezem por todos os envolvidos. Estamos devastados com esta notícia", continuou a família, que acrescentou que não pode comentar as notícias. "Só sabemos o que lemos nos media", explicaram, citados pela mesma publicação.

Luigi Mangione foi detido na segunda-feira, 9 de dezembro, em Altoona, na Pensilvânia, enquanto comia num McDonald’s. Um colaborador reconheceu-o e alertou a polícia, que o deteve e apreendeu a alegada arma utilizada no homicídio. Além das acusações de posse de arma, falsificação e identificação falsa, Mangione enfrenta acusações de homicídio e outros crimes graves.

Aos 26 anos e natural de Baltimore, cresceu numa família abastada ligada ao imobiliário e centros de reabilitação para idosos. Foi um aluno exemplar, tendo um curso de Ciências Informáticas pela Universidade da Pensilvânia e um mestrado em Informática, a par de ter dado aulas como professor assistente na Universidade de Stanford e de ter desenvolvido um videojogo.

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