É oficial: Luigi Mangione, suspeito do homicídio de Brian Thompson, líder da UnitedHealthcare, uma empresa norte-americana de seguros de saúde, foi acusado pelo Ministério Público dos Estados Unidos. O jovem, que foi detido na segunda-feira, 9 de dezembro, foi acusado de homicídio, posse de armas de fogo e outros crimes pelos procuradores de Manhattan.

O suspeito, que já estava a ser procurado, estava sentado a comer num McDonald's em Altoona, na Pensilvânia, diz a BBC. Foi então que um empregado do restaurante da cadeia de fast food chamou a polícia local, que informou o chefe dos detetives da polícia de Nova Iorque, Joseph Kenny – e foi apanhado.

Luigi Mangione tinha consigo vários documentos de identificação falsificados e uma arma com silenciador, bem como uma nota escrita à mão. Apesar de todos os documentos falsificados, como passaportes e cartas de condução, um deles correspondia a um utilizado na semana passada, num hostel de Manhattan.

O CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, de 50 anos, foi assassinado na quarta-feira, 4 de dezembro. Na altura, o suspeito usava um casaco com capuz e tinha o rosto parcialmente coberto, tendo-se aproximado de Brian Thompson por trás, um ataque que ficou registado nas câmaras de vigilância e visto por milhões de pessoas, visto que as imagens circularam na Internet.

O empresário é uma figura importante da UnitedHealthcare, uma das maiores seguradoras médicas do país, e participava numa conferência de investidores no distrito comercial de Midtown. No entanto, as autoridades ainda não revelaram os motivos que terão levado o suspeito a cometer o crime.

Mas, afinal, quem é Luigi Mangione?

Luigi Mangione, 26 anos, nasceu a 21 de julho de 1998 e vem de Baltimore, no estado de Maryland, onde cresceu no seio de uma família abastada. Segundo o "The New York Times", os familiares do jovem enriqueceram "com as suas propriedades imobiliárias e uma cadeia de centros de reabilitação para idosos". A par disso, é primo de Nino Mangione, deputado do Maryland.

O suspeito da morte do líder da UnitedHealthcare teve um percurso académico exemplar, que se iniciou no conceituado colégio Gilman School, também em Baltimore. Foi valedictorian da turma de 2016, o que significa que teve a mais alta média do ensino secundário ao longo dos quatro anos, diz a CNN.

Este reconhecimento abriu-lhe as portas da Universidade da Pensilvânia, uma das mais prestigiadas da Ivy League, onde iniciou uma licenciatura em Ciências Informáticas com especialização em Inteligência Artificial e um minor em Matemática. Contudo, no ensino superior, o jovem não se destacou apenas pela excelência nas notas.

Luigi Mangione também era conhecido pelo envolvimento em projetos de extrema relevância no âmbito académico. Depois de completar a licenciatura, concluiu o mestrado em Informática em apenas quatro anos, mas a sua formação foi ainda mais vasta e contou com estágios em engenharia robótica e programação, avança a mesma publicação.

O interesse por estas áreas já se tinha manifestado mesmo antes de fazer disso carreira. De acordo com a página de LinkedIn do suspeito, foi responsável por desenvolver um videojogo de corridas, que alcançou posições de destaque nas lojas de aplicações em vários países.

Como se isto não bastasse, chegou a dar aulas, enquanto professor assistente, de uma unidade curricular de Inteligência Artificial na prestigiada Universidade de Stanford. A par disso, passou pela empresa TrueCar, onde trabalhou durante três anos como Data Engineer. Nesse papel, era responsável por processar e organizar grandes volumes de informação, segundo a CBS.

Apesar de viver na Califórnia, as autoridades identificaram também moradas suas em São Francisco e Honolulu, no Havai, onde teve o único registo policial conhecido – uma multa por entrar numa propriedade privada numa praia local. Fora este incidente, a sua vida pessoal e profissional parecia irrepreensível, com professores e colegas a descrevê-lo sempre de forma positiva.

As redes sociais estão a delirar com Luigi Mangione

De tempos a tempos, as redes sociais ficam obcecadas com assassinos (ou suspeitos), que consideram serem autênticos borrachos. E parece que os irmãos Menendez, que voltaram a ser a sensação deste ano, devido à série da Netflix "Monstros: A História de Lyle e Eirk Menendez", acabaram de ser destronados.

Depois de ser capturado e de a sua identidade ser revelada, os utilizadores das redes sociais não descansaram enquanto não encontraram os perfis do suspeito. E aquilo que descobriram parece não ter desapontado: de fotografias em tronco nu àquelas que foram tiradas em momentos académicos ou em trabalho, há quem não esteja a saber lidar.

Espreite as fotos

"Nesta casa, o Luigi Mangione é um herói. Fim da história", "Eu, à procura de fotografias do Luigi Mangione nu", "O colaborador do Mcdonald's que denunciou o Luigi Mangione pode engasgar-se, porque se fosse eu dava-lhe nuggets, hambúrgueres e batatas fritas à borla", "Para a cabra estúpida que denunciou o meu bebé Luigi Mangione: vou tratar de ti". Estes são alguns dos comentários que se podem ler nas redes sociais.

Entretanto, o X (antigo Twitter) encheu-se de memes em relação ao suspeito – e há até quem já faça brincadeiras com a canção "Criminal", de Britney Spears, em que a cantora diz que está apaixonada por um criminoso. Nós reunimos algumas das reações mais hilariantes em relação a este caso.