Regan Long é uma mãe como tantas outras que, em tempos de pandemia, tem sentido a pressão de ter de se desdobrar em várias tarefas para conseguir conciliar o teletrabalho com a telescola dos seus cinco filhos. Só que manter essa pressão é, quase sempre, incomportável e esta mãe acabou por partilhar o seu desabafo sobre como "nada disto é normal". O testemunho, partilhado nas redes sociais, tornou-se viral.

"'Desculpe, estou simplesmente sem energias'. Foi isto que disse a uma professora de um dos meus filhos quando ela pediu que fizesse uma videochamada com ela, para lhe falar de uma avaliação negativa de um dos filhos, começa por explicar no seu texto. Segundo conta, nesse mesmo momento dois dos seus filhos já estavam numa videoconferência para a escola e Long teve de pedir à sua filha mais velha, que também estava a trabalhar, para pegar no irmão mais novo. Tudo porque, na altura, o marido teve de atender uma chamada de trabalho.

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"Enquanto tudo aquilo estava a acontecer, o meu computador não queria colaborar. Não se ligava à internet e na minha casa havia um ruído enorme vindo dos quartos dos meus filhos que estavam em aula via videochamada. Sou apenas uma pessoa a tentar conciliar os horários de cinco miúdos diariamente. E o meu estado de espírito deambula entre a sanidade e a insanidade", revelou.

Para Rogan Long, o que aconteceu naquela altura foi tentar fazer "funcionar o que, simplesmente, não funciona". E diz que esteve prestes a "explodir" ao ponto de atirar o computador da secretária enquanto todo aquele caos se desenrolava à sua volta. "Desculpe, estou simplesmente sem energia. Porque nada disto é normal", terá dito à professora quando, finalmente, conseguiu aceder à videochamada.

A professora ter-se-á mostrado solidária, mas quando perguntou a Regan Long sobre as avaliações mais baixas da filha, a mulher desabafou e explicou que aquele sistema de ensino não funcionava.

"Este ambiente não é, de todo, propício à aprendizagem. Simplesmente não é. Os meus filhos têm um lar feliz e seguro, mas não, não é, nem de perto, uma escola."

E continuou: "Para ser completamente honesta, na maioria dos dias assemelha-se a um espetáculo de merda. Não há paz e sossego durante o dia e quando alguém tenta fazer uma videochamada numa qualquer divisão da casa, é possível ouvir do outro lado da linha tudo o que se passa cá em casa. Por isso, não, a filha não está a conseguir concentra-se como tudo o que está a acontecer."

"Se alguém estiver a ler isto e a perguntar-se se será capaz de fazer o que eu estou a fazer... bom, as boas notícias é que já está a fazer isso. Somos incríveis, cada uma de nós", referindo-se a todas as mães na mesma situação.