A mãe da youtuber Piper Rockelle, de 15 anos, está a ser acusada por 11 amigos da filha de os ter abusado psicológica e fisicamente. Os adolescentes acusam Tiffany Smith, de 41 anos, de os ter tocado e beijado, de os encorajar a praticar sexo oral, de ter feito comentários inapropriados, e de inclusive ter enviado roupa interior da filha para um homem que era fã da estrela do YouTube. O julgamento da mulher começa esta segunda-feira, 17 de abril.
A queixa, de quase 150 páginas, já foi apresentada em janeiro de 2022. Os jovens exigem um total de 22 milhões de dólares (20 milhões de euros), à mulher e ao seu companheiro, Hunter Hill, por alegadamente os terem explorado no canal de YouTube da filha, com mais de 10 milhões de subscritores. Cada adolescente pede uma indemnização de quase dois milhões de euros pelos danos causados por Tiffany.
O grupo de amigos de Piper Rockelle alega que a mãe da jovem se gabava de fazer "pornografia infantil" e fazia frequentemente comentários obscenos relativamente aos adolescentes e às suas partes íntimas. Um dos jovens que apresentou a queixa alega que Tiffany o questionou se "os testículos já tinham descido" e "que comprimento tinha" (referindo-se ao pénis do jovem), refere o "Daily Mail". "Imagino que uma vez que ele (referindo-se a outro jovem) tem sardas, terá várias sardas no pénis", terá dito a mulher num outro comentário à frente dos jovens.
Outro adolescente alega ainda que Tiffany chegou ao ponto de enviar a própria roupa interior usada da filha para um homem desconhecido e terá afirmado "homens velhos gostam de cheirar estas coisas". Noutra ocasião, a mulher questionou uma rapariga se "sabia para que servia um dildo", e incitou os jovens a tirarem as camisolas, alegando que o "sexo vende". Tiffany é também acusada de tocar nas pernas, coxas, e nádegas dos adolescentes.
Para além disso, a mulher terá publicado os links dos canais de YouTube dos amigos da filha em sites pornográficos, o que fazia com que os mecanismos do YouTube alertassem para o conteúdo dos mesmos, restringindo as visualizações, e fazendo com que os adolescentes perdessem dinheiro. Devido aos sinais de alerta, a plataforma acreditava que os canais incluíam vídeos "sexuais ou inapropriados", escreve o "Daily Mail".
"Só quero ter paz com as minhas filhas", afirmou a mãe de duas adolescentes lesadas em entrevista à "NBC". "Quero que todos os predadores que magoam crianças pequenas sejam levados à justiça". Outra das mães afirmou ao mesmo canal que "enquanto crianças, eles não entendem", mas que "agora são mais velhos e começam a perceber o trauma que foi causado, as coisas que lhes foram ditas". A mulher referiu ainda que deveriam existir mais limitações e proteções a favor das crianças no YouTube. A plataforma já se pronunciou, alegando que não toma responsabilidade pelos comportamentos dos utilizadores, nota o "Daily Mail".