As manifestações, muitas delas violentas, multiplicam-se em Inglaterra, na sequência do esfaqueamento que vitimou três crianças, na passada segunda-feira, 29 de julho, em Southport. E a revelação da identidade do autor dos crimes não veio apaziguar os ânimos, acicatados por grupos de extrema-direita e anti-imigração.
Na segunda-feira, 29 de julho, três meninas foram mortas enquanto estavam numa aula de dança com a temática da Taylor Swift. Alex Rudakubana, de 17, está acusado do assassínio das crianças. Diagnosticado com autismo, pode não ter a noção daquilo que fez.
Alice da Silva Aguiar, 9, de nacionalidade portuguesa, Bebe King, 6, e Elsie Dot Stancombe, 7, morreram depois de terem sido esfaqueadas com uma faca de cozinha em Southport, no Reino Unido. Outras oito crianças foram esfaqueadas, estando cinco em estado crítico, assim como dois adultos.
Alex Rudakubana esteve presente em tribunal esta quinta-feira, 1 de agosto. O adolescente, que atinge a maioridade na próxima quarta-feira, 7, não disse uma única palavra, nem sequer o nome, e tapou a cara com a camisola, assim como menciona o "The Guardian".
Há cada vez mais memoriais espalhados pela cidade. Inicialmente, chegou a pensar-se que se tratava de um ataque terrorista. Um grupo de manifestantes de extrema-direita invadiu uma vigília na terça-feira, em honra das vítimas, e entrou em conflito com a polícia, atirando tijolos a uma mesquita, refere a "CNN".
Os familiares de Alice adiantam que os pais da menina "não falam, só choram". A menina não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer já no hospital. Estava num workshop de ioga e dança com o tema Taylor Swift no Hope of Hart, local que funciona num antigo armazém, de acordo com o "Correio da Manhã".
"Infelizmente, trata-se de uma criança, filha de pais portugueses, originários da Madeira. Nasceu a 15 de outubro de 2014, tinha 9 anos. E, de facto, é uma das vítimas deste triste crime. A família vivia em Southport. Os pais estão em estado de choque", afirmou o secretário de Estado das Comunidades em nome do governo português, citado pelo "Correio da Manhã".