Luis Rubiales está a ser alvo de uma nova acusação. No dia em que o antigo presidente da federação espanhola de futebol beijou na boca Jenni Hermoso, terá também beijado e acariciado duas jogadoras inglesas, também sem o consentimento destas. Na quarta-feira, 6 de dezembro, no dia em que a FIFA confirmou a sanção do ex-dirigente por três anos, um relatório do Comité Disciplinar incluiu a acusação de Debbie Hewitt, presidente da Associação de Futebol inglesa, que censura Rubiales pelo comportamento “inapropriado” com as suas jogadoras na cerimónia de entrega das medalhas do último Campeonato do Mundo.
No relatório, Debbie Hewitt, que estava ao lado do agora ex-dirigente na entrega das medalhas, afirmou que o tom de voz deste era “desagradável e desnecessariamente agressivo”. De acordo com a presidente da Associação de Futebol inglesa, Rubiales “acariciou” o rosto de Laura Coombs e “aparentemente beijou à força” o rosto de Lucy Bronze, segundo o "La Vanguardia".
Debbie Hewitt disse que, quando as futebolistas espanholas subiram para receber as medalhas, Rubiales “agarrou-as com muita força”, “acariciou algumas delas nas costas”, “agarrou-lhes os braços” e “levantou-as do chão”. Rubiales respondeu, dizendo que era “inacreditável” e acusou a presidente de ser “preconceituosa” para com ele. “Aplicando a mesma lógica, os seus abraços também poderiam ser entendidos como contacto físico não consensual. A hipocrisia é evidente”, afirmou.
A FIFA decidiu banir Rubiales de qualquer atividade futebolística durante três anos, na sequência do seu comportamento durante a final do Campeonato do Mundo, e segundo o relatório, “foi tentada a impor sanções mais severas”. Rubiales foi inicialmente suspenso provisoriamente durante um período de 90 dias e, a 30 de outubro, foi notificado da decisão de ser banido por três anos.
Relativamente ao beijo na boca dado a Jenni Hermoso sem o seu consentimento, a FIFA refere que “o arguido não pediu desculpa à jogadora, nem publicamente nem, pelo menos, em privado” e que “persistiu na sua negação, sustentando que o beijo foi consensual”. Além disso, acrescenta que Rubiales “insultou publicamente todos aqueles que viram este incidente de forma diferente”, disse que se tratava de “um beijo entre dois amigos a celebrar algo” e chamou-lhes “idiotas e estúpidos”.
“O arguido utilizou a sua posição de presidente da RFEF de forma agressiva e totalmente inadequada para publicar - em nome da RFEF - declarações com citações da jogadora que não foram escritas nem autorizadas por ela, e emitiu uma declaração oficial ameaçando a jogadora com ações judiciais”, continuou. Esta declaração oficial foi, posteriormente, apagada.
Assim, o Comité determinou que “a proibição de participar em qualquer atividade relacionada com o futebol era a medida mais adequada e proporcional para sancionar o requerido, tendo em conta as infrações cometidas”. Ainda revelaram que a FIFA “foi tentada a impor sanções mais severas, tendo em conta a gravidade e a gravidade dos incidentes em questão, bem como o profundo impacto negativo que as ações tiveram na imagem da FIFA, do futebol feminino e do desporto feminino em geral”.
O Comité Disciplinar “estava convencido de que a imposição de tal medida [três anos] teria o necessário efeito dissuasor sobre o arguido, tendo em conta a sua conduta, mas também a categoria da competição em que as infrações ocorreram e o impacto significativo das mesmas”.