Quando no final da primeira temporada de "A Guerra dos Tronos" a personagem de Sean Bean caminhava para a morte certa, a reação daqueles que não tinham lido os livros (que inspiraram a adaptação televisiva) era apenas uma. Não fazia sentido que o herói da história morresse no início. Mas foi precisamente isso que aconteceu e, a partir daquele momento, nenhuma das restantes personagens estava a salvo.

A morte da personagem pode ter apanhado os fãs de surpresa, mas não o ator, habituado a este tipo de final trágico.

Antes da série da HBO, Sean Bean já tinha passado por produções como "O Senhor dos Anéis" ou "007: GoldenEye" e onde acabou sempre morto das piores maneiras possíveis.

Ao todo, protagonizou 23 mortes no ecrã e isso foi o suficiente para que o ator de 60 anos decidisse não aceitar mais papéis nos quais o desfecho fosse esse. A revelação foi feita esta quinta-feira, 19 de setembro, durante uma entrevista ao tabloide britânico "The Sun".

"Tive de começar a selecionar melhor os papéis que aceitava para escolher aqueles em que sobrevivia. Caso contrário, tornava-se tudo muito previsível. Aceitei um papel em que me disseram que me iam matar e a minha reação foi qualquer coisa como: 'Outra vez não'. Até que me perguntaram se me podiam ferir gravemente. Respondi: 'Ok, desde que fique vivo desta vez'", revelou.

Porque é que as cenas de "A Guerra dos Tronos" estão cada vez mais escuras?
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À mesma publicação, revela que terá sido o impacto que "A Guerra dos Tronos" conseguiu que o fez pensar melhor nos papéis que aceitava. É que por ter desaparecido da história ao final da primeira temporada, o ator nunca chegou a fazer parte do auge da história.

"Quando me convidaram para o papel em 'A Guerra dos Tronos', disseram-me muito claramente que ia morrer. Pensei: 'Não quero ficar preso numa daquelas séries de televisão que duram sete anos.' Mas agora gostava que isso tivesse acontecido. Mas sim, o meu percurso na série ficou claro desde muito cedo", conclui.

O facto de Sean Bean ter morrido 23 vezes em cinema e televisão levou a que, em meados de 2014, fosse criada uma campanha para o salvar das mãos de realizadores e argumentistas que o quisessem fazer passar pelo mesmo. O ator sempre encarou a campanha apenas como mais um momento divertido na internet.