A decisão de “banir” o TikTok dos Estados Unidos resulta de uma lei aprovada em abril pelo presidente Joe Biden. Os EUA consideram que a aplicação é um risco para a segurança nacional, por estar a “roubar” os dados dos cidadãos. 

Esta decisão não vai permitir que o TikTok seja instalado nos Estados Unidos já a partir de domingo, 19 de janeiro. No entanto, os utilizadores que já o tiverem descarregado não o terão de apagar. Especialistas citados pela Reuters, dizem que a nova lei prevê a implementação de algumas medidas que vão tornar inviável ou difícil de usar soluções alternativas, como recorrer a redes privadas virtuais (VPN) ou alterar as configurações de país dos telemóveis para os utilizadores que já têm a aplicação instalada. 

Esta mala super trendy de camurça da Zara está a fazer furor no TikTok. Veja o preço
Esta mala super trendy de camurça da Zara está a fazer furor no TikTok. Veja o preço
Ver artigo

Esta decisão do governo não agradou aos tiktokers, que decidiram criar um movimento online em forma de protesto. Os norte-americanos começaram a instalar a aplicação chinesa Xiaohongshu, Little Red Book, traduzido para inglês, e que se está a tornar popular como RedNote. De acordo com o “The Guardian”, em apenas dois dias mais de 700 mil novos utilizadores entraram na app chinesa, sendo que os downloads aumentaram em 194% de uma semana para a outra. A mesma publicação revelou que uma conversa de grupo na app chamada TikTok Refugees, refugiados do TikTok, em português, juntou mais de 50 mil utilizadores.  

A Xiaohongshu foi fundada em 2013 e é uma das maiores redes sociais na China, com cerca de 300 milhões de utilizadores. De acordo com a CNN, a plataforma foi criada para ser a alternativa chinesa ao Instagram e tornou-se popular por se uma app na qual se partilham dicas de viagem, maquilhagem e moda. 

“Os americanos a usarem o RedNote é como se fosse um dedo do meio ao governo pela sua interferência excessiva nas empresas e preocupações com a privacidade”, disse Stella Kittrell, influenciadora, ao “The Guardian”. 

No TikTok, são vários os utilizadores que se estão a despedir da plataforma. “Nunca pensei que estaria a cantar na minha garagem e ter milhões de visualizações e depois ter a possibilidade de partilhar a minha música pelo mundo. Só quero que vocês saibam que não vou a lado nenhum, ainda vou continuar a publicar no Instagram e no YouTube”, disse Natalie Jane, cantora norte-americana que usava a rede social para promover o seu trabalho. 

“E assim termina a era do TikTok. Boa noite”, disse Samuel Levitt, locutor de rádio que ficou conhecido na plataforma por criar áudios para os utilizadores fazerem vídeos a recapitularem os seus anos, no fim de cada um.