Concorre à presidência do Brasil pelo Partido Social Liberal (PSL) e, apesar de conotado com a extrema-direita, é líder nas intenções de voto nas sondagens (à frente, com 35%). Este valor cresceu após o atentado da qual foi vítima em setembro, em Minas Gerais, que o deixou no hospital com um pulmão, intestinos e fígado alegadamente perfurados.

Com posições marcadamente racistas, xenófobas, homofóbicas e contra os direitos humanos, as declarações polémicas de Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, militar na reserva do Exército, não são de agora. O rol de ideias chocantes começou a desenrolar-se há 30 anos, pela altura em que entrou na esfera política brasileira.

Conservador, radical e assumidamente preconceituoso, exige uma alteração no sistema político brasileiro, ainda que várias vezes tenha dado provas do quanto beneficiava do mesmo. A sua entrada na esfera política deu-se quando, em 1988, foi eleito para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo Partido Democrata Cristão. Dois anos depois, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido, lugar a que veio a renunciar em 1991, para tomar posse na Câmara dos Deputados, tendo sido eleito sete vezes consecutivas para o cargo de deputado federal pelo Partido Progressista Brasileiro, partido ao qual se afiliou em 1995.

A propósito da primeira volta das eleições à presidência do Brasil, que decorre a 7 de outubro, a MAGG reuniu 15 frases polémicas de Bolsonaro, que espelham a sua ideologia.

1. "A Polícia Militar devia ter matado 1.000 e não 111 presos”, disse, em 1997, em relação ao Massacre do Carandiru.

2. “Pinochet devia ter matado mais gente”, disse em 1998, a propósito da ditadura do Chile de Augusto Pinochet.

3. “Através do voto você não vai mudar nada nesse país, nada, absolutamente nada. Só vai mudar, infelizmente, no dia em que partir para uma guerra civil e fazendo o trabalho que o regime militar não fez. Matando uns 30 mil, começando pelo FHC [sigla pela qual Fernando Henrique Cardoso é conhecido], não deixar ele p’ra fora, não. Matando! Se vão morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente”, disse em 1999, numa entrevista ao Programa "Câmara Aberta".

4. “Não vou combater nem discriminar, mas se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater”, disse, em 2002, a propósito da imagem do presidente Fernando Henrique Cardoso, a segurar a bandeira arco-íris, aquando do pedido de aprovação do casamento de pessoas do mesmo sexo.

5. "O erro da ditadura foi torturar e não matar”, disse numa discussão com manifestantes, que se reuniram junto do Clube Militar no Rio de Janeiro, opondo-se à revisão da Lei Anistia, em agosto de 2008, que declarou que esta não abrangia crimes praticados por agentes da ditadura, responsáveis por crimes como tortura e homicídio.

6. “Se o filho começa a ficar assim meio gayzinho, [ele] leva um couro e muda o comportamento dele”, disse, em 2010, o então deputado Jair Bolsonaro, numa alusão à lei que proibia palmadas.

7. “Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”, responde, em 2011, a Preta Gil, quando esta o questiona à cerca da possibilidade de os seus filhos se relacionarem com homossexuais ou com uma mulher preta.

8. “Seria incapaz de amar um filho homossexual, prefiro que um filho meu morra num acidente do que aparecer com um bigodudo por aí”, disse, em 2011, numa entrevista dada à revista "Playboy".

9. “Ninguém gosta de homossexual, a gente suporta”, disse, em 2011, após o Partido Socialismo e Liberdade ter entrado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

10. “90% desses meninos adotados (por casal gay) vão ser homossexuais e vão ser garotos de programa com toda certeza desse casal”, disse, em 2013, no programa de Danilo Gentilli, a propósito da adoção por parte de casais gay.

11. "Não te estupro porque você não merece”, disse à deputada Maria do Rosário, em 2014.

12. "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff", disse, numa homenagem ao primeiro militar torturador, a par da votação do processo de impeachment de Dilma Roussef.

13. "Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher”, disse em 2017, numa palestra no Clube Hebraia

14. "Fui num quilombo [comunidade originalmente criada por escravos fugidos e onde atualmente vivem descendentes de escravos]. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Nem p’ra procriador ele serve mais”, disse, em 2017, numa palestra no Rio de Janeiro.

15. “Trump está fazendo um excelente governo no seu país”, disse, no programa Roda Viva, em julho de 2018.

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