O caso terá acontecido no início de novembro, durante um jogo de futebol no campo da Escola de Futebol Belenenses, em Oeiras. Uma criança de dez anos, do Atlético Clube de Porto Salvo, foi escolhida para jogar como guarda-redes, mas terá sido insultada pelos adeptos da equipa adversária durante a partida.
"Começaram a chamar-lhe gordo, deficiente, frangueiro. Ele ficou desmotivado, saiu do campo com a mãe e foi para casa a dizer que nunca mais queria jogar futebol", descreve Lino Manuel Ramos, diretor do clube de Lisboa, ao "Jornal de Notícias". A criança terá começado a praticar futebol na Escola de Futebol Belenenses de Oeiras, onde terá sofrido bullying por parte dos colegas de equipa.
"Era maltratado pelos colegas nessa equipa, o clube sabia e nada fazia", continua. Foi isso, diz, que o conduziu ao Atlético Clube de Porto Salvo, a pedido dos pais. "Nós recebemo-lo de braços abertos", assegura o diretor.
Mas quando as duas equipas se defrontaram, no início de novembro, os insultos dos adeptos da equipa contrária, e da qual a criança já tinha feito parte, abalaram o jovem que quis ficar fechado em casa durante uma semana.
Só voltou a jogar depois do apoio dos colegas e do diretor Lino Manuel Ramos, após a equipa ter feito um vídeo que o incentivasse a regressar ao desporto de que tanto gosta. Dado o incidente, o que o Atlético Clube de Porto Salvo fez foi expor o caso à Associação de Futebol de Lisboa, que terá abordado o diretor da Escola de Futebol Belenenses de Oeiras.
"O que ficou combinado com o diretor [da Escola de Futebol Belenenses de Oeiras] foi que ele enviaria um e-mail a pedir desculpa pelo caso", adianta Manuel Ramos à mesma publicação, que diz não ter recebido qualquer comunicação.
O Atlético Clube de Porto Salvo garante que só se apercebeu dos insultos no dia a seguir à partida e que, caso contrário, "teria abandonado o campo do adversário" de forma imediata, diz em declarações à mesma publicação.