Os dois ex-fuzileiros acusados da morte do agente da PSP, Fábio Guerra, foram considerados, esta sexta-feira, 2 de junho, culpados. Cláudio Coimbra foi condenado a uma pena de prisão de 20 anos e Hadym Hrynko terá de cumprir uma pena de 17 anos.
Na leitura do acórdão, ficou provado que as lesões provocadas pelas agressões que Fábio Guerra foi vítima, à porta de uma discoteca em Lisboa, em março de 2022, foram a causa da morte deste agente da Polícia de Segurança Pública.
Cláudio Coimbra foi assim considerado culpado de um homicídio na forma consumada pela morte de Fábio Guerra, e dois homicídios na forma tentada, às vítimas João Gonçalves e Cláudio Pereira. No caso de Vadym Hrynko, este ex-fuzileiro é culpado pelo homicídio do agente da PSP e pelo homicídio na forma tentada a João Gonçalves.
Em tribunal, a juiz presidente Helena Susano, deu como provado que o arguido Cláudio Coimbra agrediu com três pontapés na cabeça a vítima, Fábio Guerra. “É irrefutável que os arguidos tinham consciência da sua superioridade física. Era como se estivessem num ringue de boxe. No entanto, no boxe, quando o adversário está no chão, não se agride”, referiu a juiz.
A juiz presidente apontou ainda que as imagens de uma das câmaras de vigilância no exterior da discoteca Mome provam que Cláudio Coimbra agrediu com mais dois pontapés Cláudio Pereira, quando este já estava no chão. “Só a atitude do segurança [que protegeu Cláudio Pereira] é que impediu que houvesse mais pontapés certeiros na cabeça”, afirmou.
“Como é que os arguidos podem dizer que se estão a defender quando já estão as vítimas no chão? Como?”, questionou a juiz presidente Helena Susano durante a leitura do acórdão desta sexta-feira.
Um outro arguido continua desaparecido
Clóvis Abreu é um outro arguido acusado das agressões a Fábio Guerra. O homem está desaparecido há mais de um ano, mas o seu advogado, Aníbal Pinto, revelou que está pronto para se entregar às autoridades.
Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), desconsiderou as declarações feitas por Aníbal Pinto. “Não vamos desistir e temos uma coisa que nem todos têm, que é tempo. Temos todo o tempo do mundo, tempo o nosso esforço, o nosso querer, a nossa motivação e que vai naturalmente continuar”, referiu aos jornalistas à saída do tribunal.