"Dar um abraço ao ouvido". É esta frase reconfortante que define o novo movimento "Chamadas de embalar", que mais do que dar um abraço, mostra que as distâncias podem ficar mais curtas através de uma chamada. Mas esta não se trata de uma simples chamada de voz ou vídeo-chamada.
Nas "Chamadas de embalar" a saudade é combatida pelos artistas que fazem parte deste movimento. São estes que contactam a pessoa de quem tem saudades, mesmo que esteja nos arquipélagos da Madeira ou Açores ou no Reino Unido, para cantar uma canção.
Já imaginou o que seria receber uma chamada e do outro lado contarem uma música que reconforta nestes tempos difíceis? (Sim, tem de incluir nesse cenário a lágrima no canto do olho). Agora já pode fazer isso com alguém de quem gosta.
"O nosso projeto tem como objetivo aproximar distâncias, mas também ajudar os hospitais portugueses que estão na linha da frente no combate a esta pandemia", referem no Instagram, onde é divulgada a iniciativa desenvolvida pelos amigos Rúben Pardal, Carolina Caldeira e Francisco Lacerda. A ajuda, em forma de recolha de fundos já ativa, vai ser dada ao Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central e ao Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto.
Por isso, apesar de as chamadas dos artistas serem gratuitas, o movimento conta com a doação de quem encomendar a serenata para chegar ao objetivo de juntar pelo menos 5 mil euros e ajudar os dois centros hospitalares que estão no foco do combate à pandemia.
E na linha de telefone vão poder ouvir-se as vozes de Beatriz Pessoa, ditch days, Ana Mariano, Marinho, Vasco Completo, Rita Dias, Amaura, Gabriel Petra, Surma, Lour, Andor Violeta, Maria Teresa Alves e tanto outros artistas que podem vir a juntar-se ao movimento, porque "quantos mais músicos, maior o número de inscrições e maior o número de abraços musicais".
O movimento arrancou esta segunda-feira, 6 de abril, e prolonga-se até dia 16. As encomendas musicais são recebidas entre as 12 e as 16 horas no número 913841430. Depois, o serviço é prestado entre as 20h e as 22 horas. Ao jornal "Público" Rúben Pardal, um dos fundadores do projeto, esclareceu que por questões de logística quem encomenda a serenata não escolhe o músico nem a canção, apenas o horário em que o momento deve acontecer.
O número de encomendas é limitado, por isso deve inscrever-se assim que abrem as vagas, até porque como dizem: "Não temos um call center. Nem uma mega equipa de produção. Apenas nos disponibilizámos a ajudar a matar a saudade, dentro dos meios que temos".