Constança Braddell recorreu às redes sociais no passado dia 4 de março para partilhar com o País o seu estado de saúde e pedir ajuda. A jovem de 24 anos sofre de fibrose quística e referiu que a toma do Kaftrio, medicamento inovador e não disponível em Portugal, era, neste momento, a sua única salvação.
Depois de no dia 9 de março ter chegado a confirmação de que o Infarmed tinha aprovado 14 pedidos de Autorização de Utilização Especial do Kaftrio, esta sexta-feira, 12, a jovem anunciou que já tinha o medicamento na sua mão e fez questão de agradecer a ajuda e solidariedade de todos.
"Imaginei tantas vezes o que sentiria na chegada deste dia e a verdade é que por mais que tente, não consigo pôr por palavras aquilo que sinto. Quero começar por agradecer do fundo do meu coração a todos os que tornaram isto possível. A onda de solidariedade que se gerou desde o momento em que partilhei a minha situação de desespero. O carinho e apoio incondicional que recebi da vossa parte é imensurável", começou por escrever na publicação onde se mostra a segurar um caixa do medicamento.
"Sem vocês, o Kaftrio não estaria aqui na minha mão, é um sonho tornado real. Uma sensação de missão cumprida. É surreal a sensação de ter comigo o milagroso comprimido 'life changing' e lembrar-me que há uma semana estava entre a vida e a morte. Gratidão profunda é o que sinto", realçou.
Na mesma publicação a jovem de 24 anos fez ainda questão de agradecer à equipa médica, enfermeiros e aos auxiliares que acompanharam desde o primeiro dia, ao namorado, aos amigos e família e aos media por terem divulgado o caso que, segundo Constança, a ajudou não só a ela como a toda a toda comunidade de doentes de fibrose quística em Portugal.
"É também um orgulho saber que inspirei outros doentes FQ a partilharem as suas histórias, estamos nisto juntos! A minha primeira batalha está ganha, mas a luta está longe de acabar. A comunidade FQ precisa do Kaftrio para sempre e não apenas durante alguns meses, não pode nem deve ser dado exclusivamente a alguém que está a morrer! Juntos iremos lutar até que seja aprovado pelo Infarmed e incluído no SNS. É um direito que temos enquanto comunidade FQ. As nossas vidas são mais importantes do que qualquer burocracia", rematou na mesma publicação .