É uma daqueles histórias macabras que podiam dar filmes, ou livros, e que já está a ser investigada pela polícia portuguesa. O corpo de um rapaz de 21 anos, Diogo Gonçalves, foi encontrado há uma semana no Algarve, desmembrado. Algumas partes do corpo foram encontradas numa ponta do Algarve, na zona de Sagres, e outras partes na ponta contrária, na região de Tavira. Os suspeitos foram identificados, e são duas amigas de Diogo, que foram entretanto detidas.
Há mais de uma semana que a Polícia Judiciária procurava as suspeitas do assassinato de Diogo Gonçalves, que tinha a alcunha de "Oreo", um técnico de informática que vivia em Algoz, Silves, e que trabalhava numa unidade turística de Lagoa.
As duas raparigas têm 19 e 23 anos, não têm quaisquer antecedentes criminais, a mais nova será segurança e mais velha enfermeira e existem indícios de que poderão ter sido elas a orquestrar e executar este crime macabro. A pergunta que se impõe é: mas porquê?
Segundo uma fonte policial, citada pelo semanário "Expresso", uma das raparigas era amiga de Diogo e soube que ele recebera "uma avultada quantia financeira", que lhe foi dada devido à morte da mãe, que faleceu atropelada em 2016 na zona da Guia, mas só agora o dinheiro terá chegado até Diogo. Essa verba rondaria os 70 mil euros, de acordo com o que acrescenta o "Correio da Manhã".
As provas recolhidas pela polícia apontam para uma história que terá começado com um envolvimento emocional. Diogo estaria interessado numa das raparigas, e terá comentado com ela que recebera o dinheiro da indemnização da morte da mãe. Ela terá tentado convencer o rapaz a dar-lhe algum do dinheiro, algo que ele recusou. A rapariga terá então orquestrado o crime com outra amiga por forma a dividirem o dinheiro. Diogo terá sido atraído para casa de uma das raparigas, no dia 18 de março, onde ficou sequestrado durante dois ou três dias.
Foi nessa altura que alguns amigos de Diogo deram por falta dele. Não estava em casa, e o seu carro, um Mercedes, também não estava à porta. Estranharam e alertaram as autoridades, que começaram a procurar o rapaz.
Neste período, Diogo terá sido torturado para revelar os códigos dos cartões Multibanco. As raparigas usaram depois os cartões e fizeram vários levantamentos em diferentes regiões do Algarve, noticia o "Correio da Manhã". Numa dessas tentativas de extorsão, Diogo terá sido asfixiado, e acabou mesmo por morrer, o que não era intenção das raparigas, que entraram em pânico.
Sem saberem o que fazer, acabaram por resolver desmembrar o corpo, com recurso a um cutelo e uma faca, e espalhá-lo por várias regiões do Algarve. A cabeça foi encontrada por um casal de turistas, dia 26 de março, junto ao Pêgo do Inferno, perto de Tavira. Os braços e as pernas também foram cortados, e o corpo foi lançado de uma arriba, junto do Forte de Beliche, em Sagres, avança ainda o diário. O cadáver foi descoberto pelo salva-vidas de Sagres e pela Polícia Marítima, na base da arriba, coberto com um saco preto. O carro da vítima também havia sido localizado um dia antes em Sagres.
Finalmente, esta quinta-feira, 2 de abril, a Polícia Judiciária localizou e deteve as principais suspeitas do crime, que vão agora ser ouvidas por um juiz.