Uma quantidade do fármaco da Pfizer que daria para vacinar seis mil portugueses foi desperdiçada devido à falta de uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), avança o "Expresso". No entanto, a razão que levou a este desperdício parte da demora da Agência Europeia de Medicamentos em aprovar o pedido da Pfizer para fazer uma alteração à quantidade de vacinas contra a COVID-19 extraídas de um só frasco.

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Inicialmente, a directiva do laboratório ditava que deveriam ser preparadas cinco doses por frasco. No dia 30 de dezembro de 2020, a Pfizer entregou um pedido ao regulador europeu para alterar as doses, e começar a preparar seis por frasco. Até à data, ainda não houve resposta da parte da Agência Europeia de Medicamentos, escreve o "Diário de Notícias".

No entanto, o Infarmed, o regulador nacional, encontrou uma solução interna e já autorizou a preparação de seis doses da vacina por frasco. Mas o procedimento ainda não está em prática por falta de uma norma da DGS.

O desperdício que está a acontecer em Portugal é generalizado entre os países europeus. Só no nosso País, que deu início ao processo de vacinação no dia 27 de dezembro, já foram desperdiçadas seis mil doses — foram administradas 32 mil doses, o que corresponde à abertura de seis mil frascos, em que uma dose foi desperdiçada em cada um.

Francisco Ramos, coordenador do Plano Nacional de Vacinação, salienta que a norma portuguesa é necessária para alterar o procedimento, mas "está pronta para ser publicada", salienta o "Expresso".

Na próxima semana, começa a chegar a Portugal a vacina da Moderna — 260 mil unidades até março —, que também é administrada em duas doses, e não requer reconstituição.