A Direção-Geral de Saúde (DGS) atualizou esta quinta-feira, 11 de fevereiro, a norma relativa ao rastreio de contactos. O documento estabelece novas regras de identificação e estratificação de contactos, agora alargados aos contactos de baixo risco que estão "sujeitos a vigilância passiva durante 14 dias desde a data da última exposição" e à realização do "teste para SARS-CoV-2 (testes moleculares) no momento da identificação do contacto".
Já quanto aos contactos de alto risco, uma vez identificados e testados, caso o resultado seja negativo e "permaneçam assintomáticos ao longo do período de isolamento profilático realizam novo teste laboratorial para SARS-CoV-2 ao 10.º dia após a última exposição de alto risco", adianta a DGS. Se o resultado for de novo negativo à segunda testagem, a norma diz que tal poderá determinar o "fim antecipado do isolamento profilático", embora deva ser avaliado caso a caso.
Para casos de alto ou baixo risco de contacto com uma pessoa infetada, "os procedimentos de inquérito epidemiológico e o rastreio de contactos devem ser iniciados nas 24 horas seguintes ao conhecimento da existência do caso".
Também independentemente do nível de contacto, em situações de surto todos os contactos devem ser submetidos à realização de um teste rápidos de antigénio à COVID-19 "o mais cedo possível", que poderá ser repetido se as Autoridades de Saúde o entenderem.
De acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, todos os tipos de testes devem ser usados massivamente nesta fase — quer testes PCR, testes rápidos de antigénio ou de saliva "que já se encontram também disponíveis, independentemente das recomendações que recebemos recentemente", afirmou esta quarta-feira, 10, na Comissão de Saúde, na Assembleia da República.
As novas normas publicadas no site da DGS surgem na sequência da reunião desta terça-feira, 9 de fevereiro, no Infarmed, de onde saíram várias conclusões, como o facto de ser necessário continuar a investir na testagem maciça e na capacidade de rastreamento, conforme reconheceu o primeiro-ministro, António Costa, após ouvir os peritos, como Manuel Carmo Gomes.
"Penso que a testagem é a arma principal que devemos usar e não o confinamento”, disse o epidemiologista na reunião do Infarmed.
As normas atualizadas já tinham sido anunciadas num comunicado divulgado pela DGS esta quarta-feira, 10, que dava conta de que seria necessário reforçar o rastreio de contactos “atendendo à situação epidemiológica atual, quer pela emergência” das novas estirpes que se têm disseminado em Portugal, cita o "Observador".
O reforço do rastreamento de contactos de baixo e alto risco e da capacidade de testagem entram em vigor já às 00h de 15 de fevereiro — no mesmo dia em que Portugal entra no décimo primeiro Estado de Emergência aprovado em Assembleia da República esta quinta-feira, 11.