Há mais 303 mortes e 16.432 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta quinta-feira, 28 de janeiro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no novo boletim epidemiológico. O País regista assim um novo máximo de mortes e de novos casos desde o início da pandemia.

Os números continuam a revelar-se extremamente altos estando a maioria dos hospitais a nível nacional em sobrecarga. Após os constrangimentos ocorridos com  a rede de oxigénio no hospital Amadora-Sintra, a ministra da Saúde, Marta Temido, reuniu-se esta quarta-feira, 27 de janeiro,  com os hospitais de Lisboa para pedir que disponibilizassem, já nesta fase, todas as camas que ainda têm para doentes COVID-19, avança esta manhã o "Diário de Notícias".

Rede de oxigénio do Amadora-Sintra já está "a funcionar de forma estabilizada". 53 doentes foram transferidos
Rede de oxigénio do Amadora-Sintra já está "a funcionar de forma estabilizada". 53 doentes foram transferidos
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Segundo o mesmo jornal, a reunião destinava-se a avaliar a capacidade dos hospitais da região, mas acabou por marcar "um alerta da ministra para que todos se mobilizem da mesma forma e que disponibilizem já o máximo das suas capacidades para se combater a pior fase da pandemia". Um pedido que foi entendido como um recado para os hospitais que ainda não atingiram a taxa de esforço.  Entre eles encontra-se o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, que, segundo o "DN",  a 22 de janeiro registavam uma taxa de esforço de 25% e 32,1%, respetivamente, enquanto que as outras unidades da periferia de Lisboa já estavam com taxas acima dos 40%, 50%, 60% e 70%.

Ao mesmo jornal, fontes de várias unidades hospitalares confirmaram que, atualmente, a gestão de camas já não é feita diariamente, mas "a meio do dia ou quase de hora a hora". "A quase totalidade das camas está destinada à covid, com exceção das que estão alocadas à ginecologia-obstetrícia, por causa dos partos, pediatria e psiquiatria."

Face à situação, Marta Temido já admitiu também que Portugal poderá ter de enviar doentes para o estrangeiro. Em entrevista à RTP1, a ministra da Saúde afirmou que  "o Governo português está a acionar todos os mecanismos de que dispõe, designadamente no quadro internacional, para garantir que presta a melhor assistência aos utentes."

"Estamos num extremo de uma península e, portanto, com maiores constrangimentos geográficos, mas de qualquer forma, há mecanismos e há formas de obter auxílio e de enquadrar formas de colaboração e, naturalmente, que as estamos a equacionar", admitiu Marta Temido. Quanto às acusações feitas, Marta Temido apela a que se deva abandonar "uma espécie de bullying que existe sobre quem está a tentar fazer o melhor possível".