"IKEA escolheu violência". Esta é uma das centenas de reações à nova campanha da retalhista sueca de móveis. Seja no X (antigo Twitter), seja no Instagram, o outdoor de promoção à estante Kallax, anunciada com as frases "Boa para guardar livros. Ou 75.800€" não está a deixar ninguém indiferente. E não é pelo simpático preço do móvel (55€), mas pela clara alusão à Operação Influencer.

O valor em destaque é o mesmo que foi encontrado pela PSP e pelos procuradores do Ministério Público na sala de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, em novembro de 2023, no âmbito da Operação Influencer. A investigação conduziu à demissão do primeiro-ministro e subsequente convocatória de eleições legislativas antecipadas.

Cartaz da campanha do IKEA é uma alusão à Operação Influencer
Cartaz da campanha do IKEA é uma alusão à Operação Influencer Cartaz da campanha do IKEA é uma alusão à Operação Influencer

Em comunicado, a marca esclarece qual a intenção desta campanha e salienta que não pretende acicatar tensões ideológicas. “A IKEA faz parte do dia-a-dia dos portugueses há 20 anos, e gostamos de desenvolver campanhas que reflitam a sua vida real. As suas rotinas, as suas conversas, as suas discussões, mais e menos acesas, e o próprio humor com que muitas vezes abordam os temas mais sérios. Esse foi o ponto de partida deste e de outros mupis que temos tido a circular pelas cidades nas próximas semanas, sem qualquer intenção ou propósito de contribuir, seja de que forma for, para o debate partidário e para o atual contexto pré-eleitoral que se vive no País", pode ler-se na missiva. 

A campanha é da responsabilidade criativa da Uzina, agência de publicidade e design que também trabalha com marcas como Mimosa, Samsung e Aldi. "Olhamos para as nossas campanhas, e para nós próprios, com sentido de humor, e muitas vezes como forma de aliviar a tensão de um mundo com os nervos cada vez mais à flor da pele", acrescenta ainda a IKEA.

Nas redes sociais, o arrojo, pouco habitual nas campanhas da marca sueca, está a ser elogiado. "Nos últimos anos, é cada vez mais difícil para as marcas arriscarem muito na forma como comunicam: o moralismo vigente, o medo de serem canceladas ou de gerarem mensagens de ódio nas redes, faz com que na prática seja muito difícil nos lembrarmos de uma campanha de jeito. E muito menos, de nos rirmos com uma. Até que de repente, o insuspeitável Ikea faz isto", escreve Fernando Alvim no Instagram.

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