Terá sido um prato de almôndegas com arroz que causou a forte intoxicação alimentar a uma família de quatro pessoas de Coimbra, e que já foi fatal para o filho mais novo, de 7 anos, que acabou por morrer na segunda-feira, 11 de dezembro, no Hospital Pediátrico de Coimbra.
A mãe, 48 anos, continua internada com um "prognóstico clínico muito reservado" na Unidade de Cuidados Intensivos, na área de Cardiotorácica, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, salienta o "Correio da Manhã", estando agora a Administração Regional de Saúde do Centro numa luta contra o tempo, confirmando em comunicado estar "a desenvolver todos os esforços para identificar a origem da intoxicação".
Depois de serem recolhidas amostras alimentares e biológicas na habitação da família, como restos de alimentos, químicos utilizados nos detergentes e água canalizada da habitação, já enviados para análise, as suspeitas recaem todas sobre o jantar desta família na quinta-feira, 7 de dezembro. Tal como aponta o "CM", a refeição foi composta por almôndegas feitas em casa com carne picada comprada num supermercado local e arroz.
A cronologia de uma fatalidade ainda sem explicação
Na quinta-feira, a mulher de 48 anos terá feito almôndegas em casa, com recurso a carne picada comprada num estabelecimento comercial perto de casa. "A minha nora comprou a carne no supermercado e picaram a carne lá. Depois, ela cozinhou e fez as almôndegas em casa”, relatou à CNN Portugal o avô das crianças, Amândio Martins, 69 anos.
Todas as suspeitas recaem no jantar, onde a carne foi acompanhada por arroz branco, dado que foi a única refeição que a criança de 7 anos fez com a família. No entanto, nessa noite, véspera de feriado, estava mais um elemento em casa: uma amiga da escola do filho mais novo, que acabou por não comer dado que já tinha jantado em casa.
Os sintomas, maioritariamente fraqueza e vómitos, atingiram os quatro elementos da família — o pai de 44 anos, a mãe de 48, e os dois filhos, de 12 e 7 anos — ainda na quinta-feira à noite, mas estes só se dirigiram ao hospital no sábado, 9 de dezembro, salienta a CNN Portugal.
O óbito do rapaz de 7 anos acabaria por ser declarado na noite de segunda-feira, depois de um agravamento do quadro a nível cardíaco. Aliás, ainda antes da morte da criança, surgiram notícias de que a equipa hospitalar não descartava a possibilidade de um transplante de coração.
Ainda durante o fim de semana, e antes da morte do filho mais novo, o pai e o filho de 12 anos ficaram fora de perigo e tiveram alta hospitalar. Quanto à mãe, continua internada em estado muito grave.
Intoxicação está confinada a família de Coimbra
Apesar de ainda não existirem certezas absolutas sobre o que causou esta intoxicação, a Administração Regional de Saúde do Centro diz não ter conhecimento de novos casos, estando assim o caso confinado a esta família.
As autoridades de saúde estão a investigar o caso e existem várias possibilidades em estudo, desde uma toxina, uma bactéria ou até outra substância. "Os médicos dizem que é um bicho que ataca o coração”, revelou o avô das crianças à CNN Portugal.
A família tem uma quinta de cultivo na zona de Montemor-o-Velho, sendo também esse um dos pontos em que foram recolhidas amostras que seguiram para análise através da Unidade de Saúde Pública, confirma o "CM".
O Ministério Público delegou a investigação deste caso na Polícia Judiciária, tal como confirmou ao "Observador" a PJ de Coimbra.